quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Des Amis du Mouton, Mais uma Vez, na ABS-Rio, em Grande Degustação.


O Professor Roberto Rodrigues e a Confreira Márcia Parente,
em inefável momento de descontração.

No dia 20 de outubro próximo passado, tivemos mais um Encontro da Confraria Des Amis du Mouton. Sempre com aquele astral que todos os Confrades conhecem. Tivemos novas surpresas e, dentre elas, a oportunidade de revisitar um vinho do qual gosto muito, o Almaviva.

A história desse vinho chileno e seu nome são bastante curiosos, pois nos remetem às artes francesas, mesclando literatura, música sociologia e vitivinicultura.

Nos idos de 1996, a Casa Produtora Francesa Château Mouton Rothschild ( do Baron Georges Philippe de Rothschild, falecido em 1988 ) e a Concha y Toro (
fundada por Dom Melchor Concha y Toro – 1883 – ou Marquês de Casa Concha ) uniram esforços para produzir um vinho excepcional, o Almaviva.


Cláudia Dacorso e a alegria de Godofredo Duarte.

O nome desse vinho é uma homenagem ao personagem Conde de Almaviva, da peça "As Bodas de Fígaro", do poeta francês Beaumarchais, o mesmo autor de "O Barbeiro de Sevilha"( mais antiga que a primeira ). São textos escritos em meio aos tumultos sociais que precederam a Rev. Francesa.

A ópera de Mozart, baseada no texto, é de 1775 ( Mozart, 1756-1791 ). Beaumarchais foi contemporâneo de Luís XV e Luís XVI. As duas comédias são interligadas através de intrigas que envolvem o casamento dos protagonistas. São comédias de costumes, que se desenvolvem em torno do direito que o nobre tinha de passar a primeira noite com a mulher do súdito, por ocasião das núpcias.

Nas "Bodas de Fígaro", o Conde de Almaviva protagoniza com Fígaro, seu criado e
a trama toda é no sentido de evitar que o Conde, muito esperto e ágil, consiga cumprir o desígnio de arrebatar a sua amada noiva.




João Luiz Caputo (na penumbra), Leonardo Carvalho
(discorrendo sobre o branco) e Márcio Monteiro (na extrema direita).

No Chile, a parceria para produzir o Vinho foi inaugurada pela Baroness Philippine de Rothschild (filha ), que, antes de começar a se envolver com os negócios da Casa Vinícola, era Conhecida por Philippine Pascal, seu nome de atriz. Daí, a inspiração para o batismo desse delicioso vinho, penso eu.

A expansão do Ch. Mouton se fez presente em outras plagas, como na Califórnia, no Napa Valley, onde produz o belo vinho Opus One. Nos Pampas Argentinos, fundou as Bodegas Trivento...



Ubirajara Santana, como sempre, muito rigoroso nas avaliações.

O Almaviva é produzido no coração do Vale do Maipo, em Puente Alto, seu ponto mais elevado, junto à Cordilheira dos Andes, ao Sul de Santiago, a 30 km de distância, quase dentro da Capital do Chile. A vinícola tem uma área construída de 3.600 m2 e os vinhos são elaborados a partir de uvas adquiridas de parceiros rigorosamente selecionados e orientados pelos enólogos da Empresa, desde o plantio. A fermentação se dá em trinta e seis tanques de trinta e cinco mil litros cada um, com afinamento em barricas de carvalho francês. Aqui, também, é produzido um ótimo vinho, o Escudo Rojo, um corte de C.S., Carmenère e Cabernet Franc ( o mesmo corte do Almaviva, cuja proporção o enólogo Todd Mostero varia de ano para ano ).


Cestinha de Pães do "Zona Sul Atende" ( sempre fresquíssimos).


Presunto do Tipo Parma.


Salame Tipo Hamburguês da Sadia.


Peito de Peru Sadia, levemente defumado, com ameixas pretas secas.


Lombinho Hans do Tipo Canadense.


Queijo Gruryère Boa Nata.


Queijo Boursin com Ameixas Pretas Secas (Supermercados Zona Sul).

Havia, também, um delicioso Rosbife Hans, que, literalmente, se evaporou do prato,
não havendo tempo hábil para o registro fotográfico. Tivemos, também, um Patê Buñel.


A bela cor do vinho que se segue.


Riesling Trocker Vision 1995, 12 % Vol., do Produtor Weingut S.A. Prüm, que nos surpreendeu pela longevidade e qualidade, tendo recebido a Nota de 94,60, como Média do Grupo, a maior da noite. Mineral (querosene, pedra de isqueiro, borracha queimada). Aromas de casca de tangerina, lírio, alecrim, tomilho, damasco seco, mel, amêndoa. Algo da malolática. Termina bem, deixando a boca limpa, com fundo azedinho. Vinho maduro. Nota do Professor Roberto Rodrigues: Vinhos elaborados com a casta Riesling, quando jovens, exalam aromas minerais de pedra de isqueiro; quando velhos, aromas de querosene.


Almaviva 2007, 14,5 % Vol., do Produtor Baron Philippe de Rothschild e Viña Concha y Toro.

Trata-se de um corte de Cabernet-Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot, merlot e Carmenère, que estagia em barrica de carvalho francês de único uso, por 18 meses. Este também surpreendeu o Grupo e muitos concordaram que parecia um vinho do Velho Mundo, um Bordeaux de qualidade. Nariz: Intenso, elegante, vivo e complexo. Franco, amplo, fragrante, com aromas de violeta, groselha, baunilha, especiarias (cravo, pimenta), frutos negros maduros (cassis,amoras), tabaco, café, menta... Ganhou 92,40 como Nota Média do Grupo.


Cheval des Andes 2003, 14 % Vol., do Produtor Cheval Blanc e Terraças De Los Andes - Mendoza - Argentina. Vinho franco, amplo, fragrante, já evoluindo para o etéreo. Aromas de Baunilha, rosa, frutos vermelhos, como framboesa, ameixa; caramelo, tabaco, funcho, fumo de rolo.... Obteve a Nota 92,40, como Nota Média do Grupo. No desenho do rótulo nota-se a silhueta de um cavalo bravio, que se confunde com as sinuosidades das montanhas andinas.


Carmín de Peumo Carmenère 2007, 14,7 % Vol., D.O. Peumo Valle de Cachapoal (vinhedo perto de Santiado do Chile), da Concha y Toro. Vinho de cor roxocarmin profundo, franco, amplo, fragrante, porém já rumando para o etéreo. Aromas de baunilha, violeta, cereja, cassis, mirtilo, esperiarias, como cravo e canela, nozmoscada, musgo, louro, pelica... Foi o mais apreciado dos tintos desta prestimosa noite pelo Grupo, obtendo a Nota Média de 94,20 pontos.


Saint Bart Vieilles Vignes 2007, 14,5 % Vol., do Produtor Domaine du Clot de L'Oum - Cotes du Roussillon-Villages. Vinho com bela cor vermelhorrubi escura, com leve opacidade. Franco, amplo, fragrante e frutado. Aromas de baunilha, frutos vermelhos do bosque e especiarias... Boa estrutura e quente na alcoolicidade. Passou 15 me. estagiando em barricas de carvalho. Vinho de grande potencial, estando ainda muito fechado (jovem demais). Melhoraria muito com a guarda por uns cinco anos. Sua produção é feita sem pesticidas. Foi o vinho extra levado ao Grupo, com o propósito de mostrar um vinho diferente, do Velho Mundo. Essa garrafa foi um presente indireto do produtor e veio diretamente da origem, por mãos cuidadosas.



Cava Reserva Heredad Brut N.V., 12 % Vol., do Produtor Segura Viudas -
Torrelavit - Espanha. Vinho muito bom, que foi agraciado com muitos elogios
dos Confrades.

















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domingo, 10 de outubro de 2010

Nova Reunião do Grupo dos Top - Desta Vez no Novel Restaurante Alameda - Botafogo.


Silvio Gurfinkel e Marco Antônio Brasil, em plano destacado.
Depois de um longo inverno, o Grupo dos Top se reuniu, agora no Restaurante Alameda, na Rua Visconde de Caravelas, em Botafogo, na casa onde funcionava o Restaurante Carêma, da Chef Fávia Quaresma.
O primeiro contato com o Restaurante foi através do seu Sommelier, Élvis Baltar, que nos garantiu total acolhimento e dedicação. Na noite do repas, Élvis não estava presente, mas o "Maître" Altair e o Garçom João nos atenderam com maestria.

Eliane Caldas (Esquerda) e Dora Gurfinkel, nossa convidada especial.

O animado casal Osmar (versado em vinhos do Sul da França) e Maria de Lourdes de Salles.


Rserva Especial Casa Ferreirinha 1997, 13 % Vol., Douro, Portugal. Gentilmente ofertado pela Confreira Eliane Caldas. Cor vermelhorrubi escura, com reflexos alaranjados, opaco. Abriu-se em aromas de frutas vermelhas maduras, geléia, tabaco e chocolate. Embora já declinando para a decreptude, ainda estava agradável para se degustar e arrancou uns suspiros dos convivas.


Mora Negra 2005, 14 % Vol., Finca Las Moras, Tulum Valley, Argentina. Corte de 70 % de Malbec com 30 % de Bonarda. De cor vermelhogranada escura, com densas lágrimas que se deixam escorregar languidamente pelas bordas da taça. No nariz,o vinho se abre numa profusão de aromas de frutas vermelhas maduras, como amoras cassis, ameixa... Elegantes toques de baunilha e chocolate. Seus taninos já estão bem domados e aveludados. Acompanhou bem os pratos pedidos pelos pela mesa.


Manso de Velasco 2006, Viejas Viñas, 14,5 % Vol., Vinícola Miguel Torres, 100 % Cabernet- Sauvignon. Ganhou 91 Pontos da Wine Spectator. Vinho evoluído, com aromas de baunilha, mel, caramelo, especiarias (canela), geléia de ameixa, goiaba madura, musgo, frutas vermelhas maduras e um frescor de funcho.


Reserva Privada Surazo Cabernet-Sauvignon 1997, 13,5 % Vol.,
Viña Santa Mônica, Rapel Valley, Chile. Proveniente de Vinhas Velhas Selecionadas, com grande exposição ao sol (para melhorar o amadurecimentos dos frutos e aumentar a concentração de açúcar).
O nome Surazo, vem do vento que corta a região no verão, resfriando os vinhedos fazendo com que as uvas amadureçam mais lentamente, aumentando sensivelmente a concentração dos sabores e aromas. O proprietário da Vinícola, Dom Emílio, foi o primeiro da América do Sul a se formar em Bordeaux, no ano de 1952.Vermelhorrubi escuro, com reflexos alaranjados, opaco. Exala elegante e complexo bouquet de frutos negros maduros do bosque, como ameixa, cereja e cassis. Baunilha, cedrinho, tabaco e chocolate. Na boca, é concentrado, bem estruturado, com taninos macios e final longo. Lembra muito os vinhos do Velho Mundo.

Os Pratos escolhidos foram:

Magret de canard molho de jabuticaba com maçã cozida e cebolas ao vinho tinto
(Grilled duck breast (rare) with jaboticaba sauce, cooked apple and rouge wine onions);

Filet mignon grelhado ao molho Marsala (Grilled filet mignon with Marsala sauce)
Acompanha batatas confitadas / With confit potatoes
;

Cordeiro ao molho de cogumelos frescos (Lamb with fresh mushroom sauce)
Acompanha purê aromatizado de alho (Served with garlic aromatized mashed potato).




quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Des Amis du Mouton Passeiam Por Dois Hemisférios do Mundo do Vinho.


O Professor Roberto Rodrigues, Presidente da Confraria,
tenta servir quantias iguais do Espumante.


Decifrem esse facies ou "eu os degustarei", diria uma Esfinge Enófila.
Roberto Rodrigues e o Belo sorriso de Márcia Parente.


Leonardo Carvalho e Márcio Monteiro, em primeiro plano.


João Luiz Caputo, Godofredo Duarte e Sônia Antônia, nossa convidada.


Ubiraci Santana, um novo Sommelier, cuja hectrolitragem já é antológica.


Cesta de Pães variados.


Queijo Provolone.


O Delicioso Queijo Emmenthal.


O Confrade João Luiz Caputo inouvou com os Damascos.


Salame Tipo Hamburguês e Peito de Peru.


Fatias de Peito de Peru Sadia.


Fatias de Blanquette de Peru Sadia.


Pizza Branca.

Gran Reserva Chardonnay D.O. Casablanca, Chile, 2007, 13,5 % Vol., Vinho franco, amplo, fragrante e frutado. Uma profusão de aromas de lírio, jasmim, cítricos, discreta baunilha, um toque de amenteigado, mel, abacaxi, damasco ou pêssego, canela, avelãs tostadas, mamão papaya, cominho, alecrim... Deve ter passado por carvalho francês. Foi muito bem pontuado com a Nota 93,00, como Nota Média do Grupo.


Amat 2005, 13,5 % Vol., das Bodegas Carrau, Cerro Chapéu, Uruguay. Franco, amplo e fragrante, porém com aromas etéreos. Baunilha, violeta, frutas vermelhas, como amora; especiarias (pimenta e cravo), um frescor, caramelo, café, tabaco, geléia de ameixa, alcaçuz... Foi muito apreciado e recebeu a Nota 90,70, como Média do Grupo.


Cahors A.O.C. 2004, 13,2 % Vol., do Château La Poujade. Este foi o Vinho Extra, ofertado por João Luiz Caputo. Estava oxidado, o que motivou a interrupção do exame. Roberto encontro uma rachadura na emenda da garrafa, no gargalo. Mas, como se tratava de um bom vinho, ainda rendeu muito prazer a lábios voluptuosos e sedentos. O Confrade Márcio Monteiro o chamou de "vinho luluzado".


Zinfandel San Lorenzo Block 8 2006, 15,7 % Vol. Vinho franco, amplo, fragrante, mas já com aromas de evolução. Aromas de baunilha, violeta, frutas vermelhas (amora, ameixa), caramelo, subois, musgo, tabaco, especiaria (cravo), chocolate, ameixa em calda, figo maduro... Os aromas desse vinho indicavam maior evolução do que se via no exame visual (cor), o que é uma característica da Zinfandel, conforme assinalou Roberto Rodrigues. Os aromas lembram os da Casta Primitivo. Obteve a Nota 92,60 como Média do Grupo.


Grappa de Chianti Classico 45 % Vol., N/S., do Produtor Castelo D'Albola, de bela cor brancopapel clara, muito transparente e brilhante. No exame olfativo (sob a técnica para destilados de vinho: Diluir o conteúdo a examinar a 50 %, com água), eclodem aromas de aniz, lírio, rosa, coco e frutas cítricas (lima, casca de laranja...)... Na Boca, é seco, sápido, muito quente, macio, magro e ausente de taninos. Nota: A Grappa de Chianti ou Grappa de Sangiovese; Grappa de Barolo ou de Nebbiolo. Obteve nota alta do Grupo. Dei Nota 100, mesmo não sendo um apreciador da bebida.


Cava Codorníu Pinot Noir Brut (Rosé), 12 % Vol., de excelente qualidade.


A bela cor salmão da Cava.