sábado, 29 de janeiro de 2011

Des Amis du Mouton Reunidos em Seu Primeiro Encontro de 2011 na ABS-Rio


Mestre Roberto Rodrigues (Presidente hors concours da Confraria) e Márcia Parente, num alegre brinde ao retorno.
Ano Novo, mas já um tanto envelhecido, pois estamos no final de janeiro, as Confrarias recomeçam os seus trabalhos no Mundo do Vinho. A Confraria do Camarão Magro marcou Encontro para o dia 5 de fevereiro, o Grupo Cristal está com os planos adiantados, no garimpar perene dos melhores caldos do Velho Mundo, o Grupo dos Top, meio letárgico, também faz alguma fé para os tempos vindouros e o Sabavinhão mantém constante atividade vínica. Só faltava a Confraria Des Amis du Mouton dar a tão esperada partida, uma vez que não se reunia desde o início de dezembro último. Dá para imaginar a sede desses frágeis confrades, tão distantes das taças que os nutre com o alimento de Baco.

Trata-se de uma bela cor, mas não é de vinho. Foi a surpresa derradeira.

João Luiz Caputo (de camisa vermelha) e Leonardo Carvalho.

Leonardo Carvalho e "Seu Bira".

A Confreira Lourdes (Convidada do Grupo) e Godofredo Duarte.

Márcia Parente, propondo um brinde.

O belo anel de Cláudia Dacorso rivalizando com a cor do Champagne.

Chardonnay 2007, 14 % Vol., do Produtor Vie Di Romans (Friuli, Itália). De muito boa cor amarelo-ouro clara, muito transparente e brilhante. No Olfato é franco, amplo, fragrante, porém já revelando aromas etéreos; frutado e floral. Cítricos, lírio, aromas de frutas maduras e de frutas secas (pêssego, damasco). Algo mineral (pedra de isqueiro); notas de malolática... Aromas de manga madura, mel, casca de laranja cristalizada, amêndoa e uva-passa. Denuncia-se um agradável frescor (louro, funcho). Bastante fino e persistente. Na boca, é seco, fresco, equilibrado para quente em sua alcoolicidade, de macio para redondo, de bom corpo e ausente de taninos. Um sutil amadeirado. Trata-se de um vinho potente, complexo, persistente e muito elegante. Quando Roberto perguntou de que país seria, respondi que parecia ser um vinho francês. Foi então que ele revelou que o mesmo fizera parte de uma importante degustação ocorrida no início do ano passado, conduzida por Dânio Braga, intitulada "Os Montrachets Italianos". O vinho recebeu a nota 91,90, como Nota Média do nosso Grupo. Este vinho provém de vinhedos de cem anos de idade e, apesar de ser do Friuli, não é um IGT. É um "Vinho de Mesa". A Chardonnay não é uma casta autorizada no Friuli.

Noemía 2007, 14,5 % Vol., do Produtor Argentino Bodega Noemía, Patagônia. Revela aromas de baunilha, ameixa preta bem madura (característica da Casta Malbec), louro, uvapassa, nozmoscada, alcaçuz... Agradou muito e recebeu a Nota 93, como Média do Grupo.

Detalhes do contrarrótulo do Noemía.

Montes Folly 2005, 15 % Vol. - da Casta Syrah - da Viña Montes (Chile). Aromas de baunilha, caramelo, pimenta, café, um certo frescor (louro, arruda), mentolado (como nos cigarros mentolados), goiabada, algo mineral (naftalina e um aroma etéreo, que lembra o querosene)... O Grupo gostou muito desse vinho e lhe atribuiu, como média, a Nota 93,40.

Aqui temos, também, um belo Contrarrótulo, com o desenho de um "Anjo Louco".

A Bela Cor dos Portentos nas Taças.

Reserva Syrah 2008, 14 % Vol., da Casa Silva, Colchagua Valley, Chile (97 % Syraz e 3 % Viognier). Revela aromas de baunilha, violeta, frutas vermelhas cozidas (geléia) pimenta, caramelo, hortelã, louro, especiarias (cravo e canela). Recebeu a Nota 88,50, como Média do Grupo. Atribuí-lhe a nota 91.

Champagne Cuveé de Reserve Blanc de Blancs Brut (Grand Cru), do Produtor Pierre Péters. Não forma Perlage. Bom no Nariz. Falta acidez, decepciona na boca, não tem "agulhinhas"! Recebeu 87, como Nota Média do Grupo. Apesar de ser um Champagne caro, perde para muitos bons espumantes nacionais.

Scotch Whisky Glenfiddich Single Malt - Pure Malt (Special Old Reserve). Esta foi mais uma surpresa preparada por Roberto Rodrigues. Estranhei os aromas e pensei que se tratasse de um destilado de vinho. Não sou apreciador de destilados, nem de whisky em particular, mas devo admitir que foi uma experiência interessante, pois se trata de um exemplar excelente e diferente daqueles que eu havia provado anteriormente. É um Whisky consistente, com forte Identidade e Caráter.

Depois da Degustação Técnica, alguns Confrades foram jantar no Restaurante Carmelo, nos arredores da ABS-Rio, onde me deliciei com um "ojo de bife", com batata rosti e legumes, bem aos moldes dos Pampas Argentinos.

O vinho que escoltou os pratos foi este Esteva 2009, da Casa Ferreirina, da Região do Douro, Portugal.
Como ficou patente, foi um Encontro de Grandes Vinhos, que ficará na memória da Confraria.