quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Des Amis du Mouton Degustam um Riesling Austríaco, um Merlot da Toscana e Mais.


Numa mudança momentânea, meio edípica, Leonardo Carvalho ocupa o lugar do Mestre
Em noite recheada de tantas surpresas, os trabalhos foram iniciados pela competente Coordenação do Confrade Leonardo Carvalho, no impedimento provisório do Professor Roberto Rodrigues, que precisou cobrir outro professor, para a aula do Curso Avançado da ABS. Leonardo se houve muito bem na tarefa e conduziu a Degustação até pouco além da metade.

Tendo Cláudia Dacorso como alterego, Leonardo pousa ao lado de João Luiz Caputo.
Daí para a frente, o Professor Roberto arrematou os trabalhos do Grupo, fazendo os comentários sobre cada um dos vinhos, aromas, notas, etc.

Da metade para o final, Roberto Rodrigues reassume o Posto (da Degustação).
"Cessa tudo o que a antiga musa canta, que outro valor mais alto se alevanta"...

Godofredo Duarte e a nossa convidada Leila Cristina Ferreira.

Riesling Kaiserberg 2007, 13,5 % Vol., de Prager, Áustria, Wachau.
Revela uma explosão de aromas adocicados, mineral (pedra de isqueiro) e lácteos; floral (jasmim) e frutado. Frutas maduras, pera em calda, maçã verde, uva-passa branca, erva doce, amêndoa... Muito apreciado, obteve a Nota 93,2, como Média do Grupo. Nota RR=90,0.
Prager é o maior nome do Wachau, considerada a melhor região produtora de brancos secos na Austria. Enólogo: Toni Bodenstein.

Poggio Ai Merli di Castellare 2003, 13,5 % Vol., de Poderi Castellare di Castellina, Itália, Toscana.
Aromas de baunilha, frutas vermelhas, rosa amassada, goiabada cascão, ameixa preta (geléia), chocolate, tabaco, café torrado, caramelo, um certo frescor (funcho), especiarias (canela, cravo e pimenta moída)... Enfim, realmente um grande vinho, que obteve a Nota 94,3, na Média do Grupo e Nota RR=92,0. Nome de prestigio no Chianti Classico. Um Merlot de pequena produção elaborado com uvas de um vinhedo de localização excepcional.

Mistress Block Vineyard Shiraz 2005, 13,5 % Vol., de Brokenwood, Austrália, Hunter.
Aromas adocicados, baunilha, violeta, frutas vermelhas, como cassis, amora, jabuticaba bem madura, ameixa preta, café, caramelo, louro... Nota Média do Grupo, com 89,5 pontos e RR=87,0. Brokenwood é uma vinícola fundada em 1970 pelo famoso crítico de vinhos Jamis Halliday, como hobby. Em 1983 o enólogo Iain Riggs tornou-se sócio e passou a comandar a vinícola. Produz os melhores Semillon da Austrália e o top Shiraz Graveyard Vineyard. Este vinho ficou a desejar.

AMAT Tannat 2005, 13,5 % Vol., de Bodegas Carrau, Uruguai, Canellones.
Franco, amplo e fragrante, porém com aromas etéreos. Baunilha, violeta, frutas vermelhas, como amora e cassis; especiarias (pimenta e cravo), um frescor, caramelo, café, tabaco, geléia de ameixa, alcaçuz, musgo, pelica... Foi muito apreciado e recebeu a Nota 89,5, como Média do Grupo; RR=90,0. Foi gentilmente oferecido pelo Confrade Ubiraci Sant'Anna. A familia Carrau tem tradição na produção de vinhos. Trata-se do melhor Tannat da vinícola!
No final dos trabalhos, além dos salgadinhos trazidos por Ubiraci, tivemos um Licor de Grappa Fino, que nem me atrevo a declinar... Sobrou quase toda a garrafinha.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Des Amis du Mouton Fazem uma Degustação Vertical do Octavius: "Os Melhores Shiraz"

Mestre Roberto Rodrigues, na Indefectível Abertura dos Trabalhos, com Márcia Parente.

Passaram-se duas semanas. A tarde morria chuvosa e fria, naquela quarta-feira do último dia de agosto. Eu caminhava pela praia do Flamengo, para mais um Encontro Des Amis du Mouton, na ABS, meio acelerado (lembram-se da "queima de Joules" referida?)... Ia pensando:

Uma Ode a Baco: João Luiz Caputo, Márcio Monteiro e Leonardo Carvalho.

"Para manter um Grupo de Degustação durante tantos anos, como o nosso, o Professor (Coordenador) deve, além de conhecimentos, didática, simpatia, empatia, ter muito amor ao Ofício, além de ser dinâmico e criativo...

Umbiraci Sant'Anna ("Seu Bira") e Godofredo Duarte: Gostaram do Espumante!

- "O que será que o Roberto Rodrigues vai inventar para hoje?!" Da vez passada, tivemos aqueles portentosos de Bordeaux... É, Confrade Amigo, o Mundo do Vinho é mesmo inesgotável! Ponha um pouco de criatividade nisso e terá surpresas e prazeres extraordinários...

Os "Quatro Melhores do Mundo", enfileirados para a largada do páreo.

As videiras de onde provêm as uvas são velhas, de 70 a 100 anos e, na safra 2004, foram utilizadas uvas provenientes apenas do Barossa Valley.

Cartuxa Espumante Bruto 2007, DOC Alentejo, de Cartuxa, Portugal, Alentejo.

Elaborado com vinhobase 100 % Arinto, casta que não é muito apropriada para elaborar espumantes, surpreendeu e gradou muito, obtendo a Nota 92,5, como Média do Grupo.

Cláudia Dacorso ficou entusiasmada com os Australianos.

The Octavius 2004, 14,5 % Vol., de Yalumba, Austrália, Barossa Valley.

Estagiou por 22 meses em Octavius novos americanos (22% do vinho), hogsheads novos americanos (25% do vinho) e hogsheads novos hungaros (5% do vinho).

De bela cor vermelhorrubi escuro, escorregadio, opaco e brilhante. Franco, amplo, com uma discreta evolução para o etéreo. Ao se abrir a garrafa, uma sinfonia de aromas de baunilha, violeta e frutos negros maduros, ameixa (fruta, em calda e em geléia) especiarias (cravo, canela, pimenta do reino e nozmoscada), cereja, cassis; aromas adocicados, puxando ao caramelo; alcatrão da hulha (aromas de iodo); tabaco, chocolate... No exame de fundo de taça: Agradáveis aromas de jabuticaba bem madura. Despertou euforia no Grupo, que o pontuou com a Nota Média de 94,7; Nota RR = 97!

The Octavius 2003, 14.5 % Vol., Yalumba, Austrália, Barossa.

Estágio de 22 meses em Octavius novos do Missouri e Pennsylvania (45% do vinho) e 10% em hogsheads francês novo.

Parece um vinho do Novo Mundo, com seus aromas frescos de hortelã! Ao contrário, todos os demais parecem vinhos do Velho Mundo. Obteve a Nota 91,4, como Média do Grupo; RR = 92, como Robert Parker.

The Octavius 2001, 13,5 % Vol., Yalumba, Austrália, Barossa.

Estagiou por 20 meses em Octavius novos do Missouri e Pennsylvania (50% do vinho) e 10% em hogsheads francês novo.

Este precisou ser decantado, pois a rolha se rompeu ao abrir! Também mostrou ao que veio, ganhando a Nota 93,4, com MD e 93 do RR.

A bela cor do vinho, com o farelo da rolha.

Octavius são pequenas barricas apenas com oito ripas, total de 90 litros de capacidade, ou seja, mais madeira por vinho. Hogsheads são barricas um pouco maiores que as comuns.

The Octavius 2000, 13,5 % Vol., de Yalumba, Australia.

Estágio de 18 meses em Octavius do Missouri (90 litros de capacidade)
(50% do vinho) e 10% em hogsheads francês novo.

Vinho franco, amplo e etéreo, revelando aromas de baunilha, violeta, ameixa em calda, coco queimado, pelica, pele de salame, café, tabaco (charuto), nozmoscada, chocolate... Foi a safra que recebeu a maior Nota Média do Grupo, com 95 Pontes; RR = 97! É o mais evoluído dos quatro, tanto na cor, quanto nos aromas. O ideal seria degustá-lo até 2010...

E depois? Ah!... Depois, a gente dá uma chegadinha na Majórica, para "apreciar uns sanduíches"e degustar um Solar de Becquer Crianza (Bodegas Escudero e abençoado por Jesús), um mais jovem e um...

Perbacco Nebbiolo 2008, Vietti, Itália, coaptado do Godô."Marravilha!",como diria o Chef Claude Troisgros.