domingo, 27 de maio de 2012

A Confraria Des Amis du Mouton Oscila Entre Dois Mundos, Sem Sair do Flamengo..

O Professor Roberto Rodrigues e Cláudia Dacorso dão prosseguimento à Degustação.

"O tempo não me dá tempo, de bem o tempo fruir e nessa falta de tempo, nem vejo o tempo fugir", dizia Gregório de Matos, o mais barroco dos nossos poetas, lá das distantes terras da Bahia. Assim, eu pensava, andando a pé para a ABS, desde a estação do Metrô Flamengo. Quem bebe vinho, precisa caminhar ou ingressar em uma Academia de Ginástica!


Sentidos afinados, João Luiz Caputo detalha o exame do vinho.

Desta vez, transcorrera o tempo regulamentar dos nossos Encontros, que acontecem de quinze em quinze dias. Por isso, ninguém veio com tanta sede às taças, que já se perfilavam sobre a    mesa de apoio, ao lado da mesa de degustação, que acomoda dez confrades. Tivemos duas ausências: As dos "meninos" Márcio Monteiro e Leonardo Carvalho, nossos Chefs de Cozinha.


Seguido por Márcia Parente, de antológico olfato.

Virando-se em dois, o Professor Roberto Rodrigues precisou sobstituir um colega, dando uma aula para o  Curso Avançado de Degustação da ABS, enquanto o nosso Grupo dava a partida, lentamente, nos trabalhos desta noite. Além do Espumante de Boca, teríamos um Rosé, três tintos e um Champagne, sempre servidos às cegas, como manda a boa técnica de aprendizado.


Ubiraci Sant'anna e Godofredo Duarte: Dupla imbatível.

De modo que, quando Roberto retornou, já estávamos no fim do exame do segundo vinho e a degustação começou a se desenvolver com mais rapidez. Achamos melhor deixar o último tinto para um próximo Encontro, pois havíamos combinado ir jantar no Restaurante Alameda.


Por fim, Márcia propõe um brinde com o Champagne.


Rosado Soul Rosé 2011, de Santa Ema, Chile.

Notas: RR = 80,0 e Média do Grupo = 83,9. Um rosé correto, mas simples.


Rota 324 Cabernet Sauvignon 2005, de Don Abel, Brasil, Serra Gaúcha. 

Notas: RR = 90,0 e Md. do Grupo = 88,7. Um excelente vinho nacional de uma jovem e séria vinícola que, desde o início, manifestou-se contra as Salvaguardas. Este vinhos pode ser guardado por uns 2 ou 3 anos, melhorando. Muito interessante.


Carandelle 2009, IGT Maremma Toscana, de Podere San Cristoforo, Itália, Toscana.

Notas: RR = 85,0 e média = 88,6. No lançamento, há dois anos, o vinho estava surpreendentemente bom e parecia ter uma boa vida pela frente. Agora mostrou-se muito evoluído para a idade que tem, sem potencial de guarda além de agora. A conferir se o problema ocorreu só com essa garrafa ou é característico do vinho.


Champagne Extra Cuvée de Reserve Pol Roger 1999, de Pol Roger, França, Champagne.

Notas: RR = 94,0, RP=92 e WS=93. Um bom champagne vintage, mas que decepcionou na acidez gustativa e no perlage. Esperava-se muito mais do que apresentou. Trata-se de um blanc de blancs. 

Como, desta vez, não tivemos os tradicionais fiambres para o final da degustação, parte do Grupo resolveu jantar no acolhedor Restaurante Alameda (Botafogo), que faz parte do Rio Restaurant Week, bem como do convênio que a ABS mantém com inúmeros restaurantes.

Roberto, Márcia e o Competente Chef Otton Junqueira.

O Sommelier Élvis Baltar apresenta o vinho a servir.

Élvis, no Serviço do Vinho, com toda a técnica requerida.

A pedido, o Sommelier analisa o segundo vinho do jantar.

Leila Cristina Ferreira, Godofredo Duarte e Cláudia Dacorso.

Entrada: Salada verde com lichia, queijo de cabra e vinagrete de avelãs.

Principal: Medalhão de filet ao molho de mostarda l'ancienne com risoto de alcachofras.

Sobremesa: Petit gateau de doce de leite com sorvete de queijo 
(Delicada massa com recheio cremoso de doce de leite),

  
 NeWen Reserve Pinot Noir 2010, de Bodega del Fin del Mundo, Argentina, Patagônia.

Mencía 2004, de Luna Beberide, Espanha, Castilla y León, Bierzo.

Os vinhos foram levados por Roberto Rodrigues, sendo que o Mencíe foi uma grata surpresa, por se tratar de um portentoso espanhol, que acabou sendo o vinho da noite! Acompanhou divinamente o filet. O Pinot Noir da Patagônia Argentina também é um bom vinho, com as características de um Pinot Noir do Novo Mundo.

O Grupo agradece a calorosa acolhida da Equipe do Alameda, a Otton Junqueira e ao Sommelier Élvis Baltar. Agradecimento ao Mestre Roberto Rodrigues, pela descrição dos vinhos da Degustação Técnica.

domingo, 13 de maio de 2012

Des Amis du Mouton Revisitam o Velho Mundo.

O Proferror Roberto Rodrigues: Inquestionável hectrolitragem e, agora, milhagem; e Márcia Parente.

Havia muito, muito mesmo, cerca de trinta dias, que a Confraria Des Amis du Mouton estava sem nenhum Encontro e os seus membros, sedentos,  na última quarta-feira, compareceram em peso. 


Uma Panorâmica da Mesa, com a presença integral dos Membros do Grupo.

Pois, mesmo depois da Expovinis (SP) e da viagem aos Pampas, Mestre RR dispunha de muita energia armazenada, catalisada por chalconas, taninos, resveratrol e toda a gama de flavonóides. 


Os três "Escoteiros do Vinho": Parece que combinaram previamente a indumentária!

O Encontro se deu, como de costume, sob um clima de muita animação e foi coroado com excelentes vinhos e algumas belas surpresas. "Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta", conforme ensinou Camões.


Godofredo Duarte e nosso convidado, Paulo Cézar Martins Ribeiro.

No final, para encerrar os trabalhos da noite, Cláudia Dacorso, desta vez a Anfitriã, desfilou os pães, frios e queijos, dentre eles o delicioso espanhol Manchego e outras delícias, além de dois vinho extras, para acompanhar.


Espumante Almaúnica Brut, 100 % Chardonnay.

Espumante Nacional "de Boca": Sobrou a metade da garrafa, um fato inusitado no Grupo!


Rosé Syrah / Carmenère 2010, de Casa Silva, Chile, Colchagua.

Notas: RR = 87,0 e média do grupo = 86,6. Um rosé que parece do velho mundo, com bela cor cereja clara. Aromas de rosas e groselha. Excelente equilibrio no gustativo. Segundo alguns, o vinho desta safra está melhor que o de outras safras anteriores.


                Xarel-lo Old Vines DO Penedes, de Marques de Gelida, Espanha, Penedès, 

Vinho extra, comprado em NYC por Cláudia Dacorso. Notas: RR = 75,0 e média do grupo = 76,1. Um exemplar raro de varietal da casta Xarel-lo, nomralmente utilizada nos Cavas. Apresentou leve aroma de rolha (TCA) ao ser aberto, o qual logo desapareceu. Brancopapel, com aromas de pera e maçã, quase chegando a nítido. Na boca,  é leve e um pouco carente de maciez. Decepcionou a todos, embora não estivesse defeituoso. Valeu a experiência,  por conhecer a casta em um varietal sem safra.


Pinot Nero 2010 DOC Isonzo del Friuli, de I Feudi di Romans, Itália, Friuli. 

Notas: RR = 87,0 e média = 88,1. Um belo exemplar de Pinot Noir  de fora da Borgonha, que apresentou aromas animais no início (suor, caça), abrindo depois os toques frutados (amora e ameixa) e florais (violeta, rosa). Na boca, mostrou-se bastante equilibrado, tendo ainda algum tempo para guarda.



Sabor Real Viñas Centenárias 2007 DO Toro, de Bodegas Campiña, Espanha, Toro, 

Mais um vinho extra, comprado pela Cláudia Dacorso, para acompanhar os fiambres do final e aberto por engano antes. Notas: RR = 92,0 e média do grupo = 91,8, Excelente relação qualidade/preço, pois custa no mercado menos de setenta reais.Vermelho rubi com poucos toques granada. No nariz, apresentou um coco queimado nítido que se abriu em frutas (cassis), ameixa em calda, pimenta e canela. Toques de rosa seca e, no final, um agradável chocolate. Na boca, aparentou o álcool que possui (14%) e mostrou-se muito agradável para ser bebido agora ou nos próximos dois anos.


Pintia 2007 DO Toro, de Bodegas Y Viñedos Pintia, Espanha , Toro.

Notas: RR = 93,0 e média do grupo = 93,1, com RP=93 Um belo exemplar do vinho produzido por Vega Sicilia na região de Toro. Na opinião da maioria, foi aberto antes do tempo; deve melhorar muito nos próximos dois anos e durar vários anos mais.Vermelho rubi ainda escuro, opaco. Aromas oriundos da madeira (coco queimado e tabaco), frutas (cassis e amora), confiture de ameixa, especiarias (pimenta e toques de canela, além de funcho e louro) com um final achocolatado. Na boca, mostrou-se encorpado, com taninos presentes, mas de alta qualidade e com um equilíbrio muito grande.


Gran Reserva 904 1997 DOCa Rioja, de La Rioja Alta, Espanha, Rioja,

 Notas: RR = 95,0 e média = 93,6 Vermelho granada com reflexos alaranjados. Olfato totalmente etéreo, com notas de pelica e couro,  animais (pele de salame), alcatrão, café e tabaco, adocicados 
(alcaçuz e figo seco), especiaria (canela) e floral (violeta). Muito equilibrado e, embora esteja bastante evoluido, deve ter alguma longevidade ainda. Excelente exemplar de um clássico Rioja.



Gran Reserva 890 1995 DOCa Rioja, de La Rioja Alta, Espanha, Rioja,

Notas: RR = 97,0 e média = 95,2. Vermelho granada, ainda sem maiores evoluções. Aromas etéreos (similares ao anterior, mas menos evoluidos). Um curioso e agradável aroma de tomate seco foi percebido ao longo da degustação. Excelente corpo e perfeito equilíbrio. Embora dois anos mais velho que o anterior, foi percebido por todos como mais jovem, o que denota sua estrutura superior. Todos consideram que tem ainda uma grande vida pela frente. Vinho Excelente; pena custar tão caro.


Os Fiambres para o Final dos Trabalhos, criteriosamente escolhidos por Cláudia Dacorso.

Queijo Manchego (espanhol, de leite de ovelha), pães da novel Padaria Guérin, Parma com mussarela e tomilho, Queijo Brie, Queijo Maasdam (Holanda), Salame Hamburguês, Lombinho com ervas (Ceratti), Babaganuche, da Casa Pedro e Viande des Grisons.


Viande des Grisons (carne seca ao vento).


Lombinho Tipo Canadense, temperado com pimenta e ervas finas.

Nota: Os créditos pela descrição dos vinhos pertencem ao Professor Roberto Rodrigues, a quem sou grato.