sábado, 29 de setembro de 2012

Des Amis du Mouton Degustam um Stag's Leap: Lembram-se do Julgamento de Paris de 1976?


Godofredo Duarte coordena o Grupo de hoje. Sem esconder a emoção.

Pois é, Confrade Amigo, no Encontro da Confraraia Des Amis du Mouton,  realizado na quarta-feira de 12/09, tivemos a grata oportunidade de degustar um vinho de uma das vinícolas que venceram o famoso Desafio. Então, fiquei pensando nesse acontecimento que se constitui num novo marco na história relacionada ao nosso tema, no Século XX.


 Godofredo Duarte "sponsorado" pela Confreira Marcia Parente.

                             
Tudo aconteceu em 24 de maio, data, por outro lado,  histórica para nós, que comemora a Batalha de Tuiuti (1866), na Guerra do Paraguai. A "Revolução de Spurrier" modificou o Mapa Mundi  do Vinho, colocando o Novo Mundo, especialmente a Califórnia, em posição frontal, em relação ao consagrado e decantado Velho Mundo, de franca e longeva hegemonia. 



João Luiz Caputo e Leonardo Carvalho: Sempre participantes.

Depois dessa pequena degustação em Paris, que aconteceu sem alarde, coberta por um único jornalista, cineastas aposentados se encorajaram nos negócios do vinho, adquirindo vinícolas, como Francis Ford Coppola, em Rutherford, Napa Valley, importantes produtores da Europa  (Grupo Rothschild e outros) se animaram em abrir filiais no Novo Mundo, bem como Enólogos e Críticos de vinho se tornaram Estrelas de cinema.


O Novo Monitor da ABS, Márcio Monteiro e Márcia Parente.

Essas reflexões me foram despertadas pelo Confrade Márcio Monteiro, que havia guardado um Stag's Leap S.L.V. trazido diretamente da origem e ofertado à Degustação, a título de Comemoração pelo êxito alcançado na Prova para Monitor da ABS-Rio, recentemente realizada. Realmente, o vinho esteve à altura, tanto do Candidato, quanto da difícil Prova.


A Confreira Cláudia Dacorso: Olfato privilegiado e apreciável hectolitragem.

Em maio de 2010 já tivéramos um outro exemplar da mesma vinícola em nossa Degustação Técnica, que figura em matéria publicada no Mesa de Baco: O Generoso Californiano Fay Estate 2004, 13,9 % Vol., da Stag's Leap Wine Cellars (Warren Winiarski), que angariou 92,50 Pontos como Nota Média do Grupo. Um vinho belo e voluptuoso. Foi nesse vinho que o Sommelier Joaquim cunhou um novo aroma: "Aroma de rosa muchibada".


"Seu"Ubiraci Sant'Anna também com muita técnica na Degustação.


O Sommelier Joaquim Diniz degustou o outro Steg's Leap conosco: 
"Aroma de rosa muchibada".  Hoje habita em Portugal.


`
   Miolo Seleção Rosé 2010, de Miolo, Brasil.
                                                                   

Avaliação de Roberto Rodrigues -  Notas: RR = 76,0 e  média = 85,2; Godô = 89.O vinho é uma surpresa, quando bebido jovem, e vale o que custa. Mas com dois anos já está "passando". Falta acidez e escureceu. O Godô exagerou na nota. 


Malvasia Vigna della Permuta 2011, DOC Isonzo, de Ronco del Gelso, Itália, Friuli.

 Comentários de RR - Vamos às Notas: RR = 86,0 e média = 87,5 Godo = 86,0. Um bom vinho da casta Malvasia, mas sem maiores destaques.


Monte Vide Eu 2008, de Bouza, Uruguai.

Comentários de RR - Notas: RR = 91,0 e  média = 89,5; Godô = 91. Um excelente vinho do Uruguai. Em minha opinião é o melhor vinho do Uruguai. A vinícola é moderna e elabora com cuidado seus vinhos, o que raramente ocorre por lá.


Yellow Tail Shiraz 2010, 13,5 % Vol., de Casela Wines, Austrália, South Wales

Foi o primeiro Vinho Extra, agraciado ao Grupo por Mesa de Baco: Abundantes eflúvios de baunilha, frutas vermelhas, xarope de groselha, framboesa; algo tostado (café?) e abundantes  especiarias, como pimenta, noz moscada... Um frescor de aniz... Foi apreciado por todos e recebeu a Nota 89,5,  como Média do Grupo. Trata-se do vinho mais vendido nos Estados Unidos da América e foi trazido como um exemplo de vinnho de bom custo x prazer. Em Miami, custa em torno de U$ 6,00, na Total Wine & More e se encontra abundantemente nos Supermercados, como Publix e na simpática e pitoresca loja de Conveniência El Carajo, 2465 S.W. 17th Avenue, Miami, FL 33145. Note-se que a Média da Nota do Grupo empatou com a do vinho do Uruguai, considerado o melhor vinho do Uruguai, por Boberto Rodrigues. Não ficaria surpreso se amanhã muitos Confrades do Grupo saíssem a campo à procura dele.



 S.LV. Estate 2007, de Stag's Leap Wine Cellars, USA, Califórnia, 
                                                  

Vinho de Bela cor vermelhorrubi escuro, escorregadio, com reflexos granada, opaco e brilhante. Franco, amplo, fragrante, porém com algum caminho para o etéreo; frutado e floral. Aromas de baunilha, violeta, mirtillo, cassis (licor de), morangos silvestres, amoras em geléila, ameixa, café, tabaco e muita especiaria, com predominância da pimenta. Na boca, é seco, sápido, equilibrado para quente, macio, de médio corpo para encorpado e um tanto tânico. Na Avaliação dos Aromas de Boca, recebeu 15 no Equilíbrio e na Qualidade; 16 na Intensidade e 12 na Persistência Aromática (dados lançados na minha ficha). Termina bem, deixando a boca enxuta e está pronto. Nota MB = 96. Este foi um terceiro Vinho Extra, trazido por Márcio Monteiro. Nada melhor do que um vinho de uma das Vinícolas que venceram o Desafio de Paris, para comemorar a sua aprovação na difícil prova para Monitor na ABS-Rio, Desafio que enfrentou recentemente.

Comentários de Roberto Rodrigues (RR) - Notas: Godô = 95,0 e média = 94,6. Gostei do vinho que vocês guardaram para mim. Nunca o avaliei.



Lembram-se do "The 1976 Paris Tasting" ou "Julgamento de Paris ", ocorrido em 24 de maio de 1976? Pois um dos vencedores foi um vinho da Stag's Leap, "The 1973 Stag's Leap Wine Cellars S. L. V. Cabernet-Sauvignon", fato que mudou a visão do mundo sobre os vinhos do Novo Mundo. O outro ganhador foi o Château Montelena Chardonnay 1973. A foto foi gentilmente abduzida da H.P. da Stag's Leap.


D.V. Catena Syrah-Syrah 2006, 13,5 % Vol.,  de Bodega Catena Zapata, Argentina, Mendoza.

Trata-se do Segundo Vinho Extra da Noite, agraciado pelo Mesa de Baco. Bom Syrah argentino; acempanhou bem os Queijos e Frios servidos no final da Degustação,..


Late 2000, de Mer Soleil / Caymus, USA, Califórnia. 

Comentário de Roberto Rodrigues - Notas: RR = 90,0. Um bom vinho, mas falta acidez. Notaram que tem 12 anos?


Desfile dos Copos, mostrando a bela cor do vinho de sobremesa.

Os fiambres e pães, além dos dois vinhos extras, presenças tradicionais para o final dos trabalhos, foram ofertados pelo Mesa de Baco. Tivemos pães de provolone, frios e queijos diversos; pastinhas, patês e uma Caponata de Beringela, de elaboração caseira, misturada à Berinjela Genovesa, adquirida em Supermercado e misturada na proporção de três partes da caseira, feita ao forno, com uma parte da Genovesa, bastante condimentada. Compõe saladas de alface americana, podendo ser apreciada simplesmente com torradas.

sábado, 8 de setembro de 2012

Encontro Des Amis du Mouton: Bons Amigos, Bons Vinhos e Uma Retumbante Decepção.

Professor Roberto Rodrigues e Márcia Parente: Na indefectível foto de Abertura..

Lembro-me vagamente que a "maioridade" para se provar vinho, no Rio Grande do Sul, era em torno dos cinco, seis anos de idade. Antes das refeições, o Patriarca se encaminhava para o galpão (celeiro) e, empunhando uma jarra grande, se dirigia a um cavalete  de paus aplainados que sustentava uma pipa de capacidade de  dezenas de litros e a colocava estrategicamente sob uma torneira de madeira.


Márcio Monteiro, novo Monitor da ABS-Rio e  o Confrade Leonardo Carvalho.

A grande jarra vinha para a mesa, exalando aromas vinosos, aromas de cantina. Dela era vertido um vinho muito vermelho, cor de sangue arterial... As taças eram servidas e, para os menores, o vinho era cortado ao meio com água, ficando dilúido. Serviam apenas poucos ml na taça da pobre criança. Pode parecer cruel, mas não deixava de ser um incentivo e a promessa de tempos melhores para quando a vida adulta chegasse... O Vinho deixava as taças manchadas de anilina e era sorvido em gemidos, os olhos fechados. Hum, huum, huuum!... Esse vinho tem o gosto da uva!


Godofredo Duarte e Lourdes (nossa visitante): Brinde ao Márcio.

Os comentários dos adultos eram cheios de entusiasmo: Esse vinho é muito bom e exclusivo! É de um colono, um gringo lá da Serra,  que só faz vinho para consumo próprio e para  uns poucos amigos, cedendo alguns garrafões ou pipas. Ele amassa as uvas com os pés...


A Téchica não fica de lado: João Luiz Caputo em acurado exame visual do Vinho.

Pois Confrade Amigo, nesta noite inefável, que guardarei para sempre em minha mais recôndita memória, me foi dado evocar essas distantes reminiscências da minha  mais tenra infância. Tudo ficará mais claro adiante, quando o vinho extra da noite for aberto, cheirado, provado e relegado às taças, quase que inteiramente.


Avondale Rosé 2009, de Avondale, África do Sul.

"Notas: RR = 84,0 e média = 86,5 Um bom Rosé para fim de tarde (sem comida). Corte de Muscat de Frontignan (84%) e Mourvèdre(16%)".


                 Drius Friulano 2010 DOC Isonzo del Friuli, de Mauro Drius, Itália, Friuli. 

Agradáveis eflúvios de flores brancas, como lírio e flor de laranjeira, mel, guaraná, limão siciliano, lima, damasco, queijo, doce de laranha e algo mineral (pedra de isqueiro). Vinho trazido diretamente do Friuli, por Ada Regina Freira, em sua visita anual à ABS e gentilmente agraciado ao amigo Roberto Rodrigues. "Notas; RR = 89,0 e média = 90,0. Excelente exemplar da casta Friulano. Com qualidade de complexidade. Muito interessante".


Riesling Glaswein Gravels Vineyard 2009, de Craggy Range, N. Zelândia, Waipara. 

"Notas: RR = 87,0 e média = 88,7. Um bom Riesling do novo mundo, porém um pouco caro. Açúcar residual alto; bom para comida Thai. Craggy Range é considera pelo Robert Parker o melhor produtor da Nova Zelândia".


Syrah 2009 IGT Sicilia, de Dei Principi di Spadafora, Itália, Sicilia. 

"Notas: RR = 84,0 e média = 86,6. Decepcionante".


        Le Sol Gimblett Gravels 2009 (Syrah), de Craggy Range, N. Zelândia, Hawkes Bay,.

Aromas de Baunilha, violeta, frutas vermelhas, como cassis, amora, coco queimado, caramelo, pimenta, café, tabaco, chocolate doce... "Pontuação: RR = 90,0 e média = 90,6. Um bom Syrah, porém muito caro para o que apresenta. Pode melhorar".



          Prelúdio 2007, de Vinha Solo / Marco Danielli, Brasil, Campos de Cima da Serra.

"(Mais de cem reais - levado pelo Caputo), Notas: RR = 74,0 e média = 78,0 Um dos piores vinhos que degustei ultimamente, não pagaria nem dez reais por ele. A nota alta (74) foi devida à intensidade e persistência em  boca: de uma coisa muito ruim, que de longe lembra vinho. Apesar de dizer que não usa conservantes, apresentou enxofre em excesso. Borra também em excesso para vinho de cinco anos. Taninos agressivos e ruins. O produtor é um marketeiro e um verdadeiro "engana enófilo" iniciante. Pronto, publiquei!..."


Matilda Plains Cabernet-Merlot 2010, de Bremerton (Família Wilson) , 
Austrália, South Australia (Langhorne Creek).

Trata-se do segundo vinho a nós agraciado por João Luiz Caputo, que acompanhou bem os friambres e pães servidos ao final da degustação, como é de costume.


Queijos Brie e de Cabra, para acompanhar o Encerramento. dos Trabalhos.

Os créditos pelas observações a respeito dos vinhos pertencem ao Professor Roberto Rodrigues. a quem agradeço.