quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Des Amis du Mouton Degustam um Barca Velha e um Vega Sicilia "Unico", Além do Vinho do Vlad.

O Professor Roberto Rodrigues e Márcia Parente se mostram jubilosos.

Com o generoso Encontro de Encerramento do Segundo Semestre do ano passado, todos esperavam um início de 2014 com vinhos à altura daqueles degustados em dezembro. Os vinhos, como era sabido, estavam adegados, à espera de uma oportunidade em que os Membros do Grupo estivessm presentes na sua totalidade. Pois isso ocorreu em quinze de janeiro. Todas as presenças confirmadas!


Uma panorâmica da Grande Mesa de Degustação, da ABS-Flamengo.

Vamos degustar um Barca Velha! Este vinho não é somente um vinho, um majestoso vinho de Portugal. É uma lenda engarrafada! Cheio de história e de estórias, como tantos vinhos consagrados, como o vetusto Douro, cujas encostas abriga a Quinta do Vale do Meão, encantos da Dona Maria Ferreira, "A Ferreirinha", tão cultuada em Portugal, como Pedro Álvares Cabral, Camões, Vasco da Gama ou Saramago (tanto o Escritor, quanto o Enólogo antigo da José Maria da Fonseca, hoje da Tapada dos Colheiros, no Alentejo, o amável Antônio Saramago, que elaborou o Vinho "Dúvida", que tive a ventura de degustar).


João Luiz Caputo, Leonardo Carvalho e Márcio Monteiro: Emoção pura!

Já havia tido a felicidade de degustar, antes, esse vinho tão propalado e tão raramente encontrado. Confesso que fiquei curioso, quanto à origem do seu nome, interrogações que, como de resto, suscitam muitos  vinhos de Portugal. Lembram-se do Má-Partilha, do Pera-Manca, do Monte dos Cabaços, do Cabeça de Burro, do vinho do Putto, do Rapariga da Quinta? Pois é... Todos dão margem a fantasias quanto à sua origem. Não seria assim com o "Barca Velha"?  Então, minha intriga me levou a pesquisar e a me informar que o nome se refere a uma antiga barca, da qual se serviam para atravessar o Douro e alcançar a Quinta do Vale do Meão.


O Confrade Godofredo Duarte compara os dois lados do grande Rio Douro.

Antes dessa realidade, porém, minha fantasia me levou a imaginar que o nome do Vinho seria uma homenagem a um belo romance vivido pelo Enólogo, com sua amada ou pela Ferreirinha, a bordo de uma velha barca, cuja quilha guardaria segredos inconfessáveis. Lembrei-me, então, da estória que narrei ao Rui Falcão, sobre o nome do vinho "Rapariga da Quinta" e sobre o "Vinho do Putto", quando de sua visita à ABS-Rio, no ano passado. Ele a achou muito criativa e deu boas risadas...


Para, em seguida, exibir, triunfante, a garrafa do Barca Velha, como o fizera,
cinco anos antes, quando degustamos o da safra 1999.

O Enólogo Fernando Nicolau de Almeida, da Vinícola, que elaborou o "Barca Velha", inspirado nos Porto Vintage, tirava amostras do vinho e as analisava com a esposa. Chegavam à conclusão se seria um Barca Velha ou engarrafado como Ferreirinha  Reserva Especial. O Grupo imaginou, na memorável degustação desse vinho, em 2009,  que isso poderia depender um tanto do humor implicado nas relações conjugais do casal (risos).


Cláudia Dacorso também não conseguiu esconder a emoção. E não carecia!

Mas, brincadeiras e caçoadas à parte, todos sabemos que um bom vinho, principalmente um desse porte, é fruto de muito investimento, trabalho árduo e amor, mormente em um lugar "de nove meses de inverno e três meses de inferno"... Pois assim foi e tem sido na elaboração do Barca Velha, que só sai em safras excepcionais, como um Porto Vintage. 


Os três Portentosos Vinhos da Península Ibéria, degustados às cegas.

O primeiro Barca Velha, da safra de 1952, só chegou ao mercado em 1960! Depois dele, foram lançadas as safras de 64, 65, 66, 78, 81, 82, 83, 85, 91, 95, 99 e 2004. Vejam os Confrades que saíram, somente, 13 safras, num intervalo de 61 anos... Em alguns períodos, o intervalo entre as safras chegou a ser de 12 anos (1952-1964 e 1966-1978), o que chama a atenção para o extremo cuidado na elaboração desse grande vinho. Mas não há problema, a gente espera!


O Branco do Leonardo Carvalho e os três da Península Ibérica.

O Grande Ícone dos vinhos da "Terrinha" é um Vinho de Guarda. Mas, aos 10 anos de idade, costuma estar pronto. Chega com fôlego  aos 20 anos, e pode pode continuar bom por muito mais tempo. A produção é em torno das 50 mil garrafas ao ano.


Desta vez, os Fiambres foram a Quatros Mãos: Por Léo e Caputo.


1752 Gran Tradicion 2011, de Bodegas Carrau, Uruguai, Montevideo.

Vinho extra (levado pelo Leonardo). Notas: "RR = 89,0 e média = 88,4. Vinho experimental do Carrau, corte de Petit Mansang (90%) e sauvignon  gris (10%), femrnetado em barricas com leveduras selvagens. Muito interessante".


Avó Sabica 2004 DOC Alentejo, de Casa Agric. Santana Ramalho,
Portugal, Alentejo. 

Notas: "RR = 93,0 e média = 93,8 com WS=85.Corte de Trinscadeira, Aragonez e Alicante Bouschet. Segundo a WS deveria ser bebido até 2012 (erraram feio). O mais jovem dos três mas que apresentava  mais depósitos (devido à Alicante Bouschet) e também o mais evoluido em termos de aroma. Grande vinho. Em Portugal custa 83 euros".


Vega-Sicilia "Único" 2002, DO Ribera del Duero, de Bodegas 
Vega-Sicilia, Espanha, Ribera del Duero.

Certamente o mais consagrado e lendário vinho espanhol, sendo produzido apenas nos melhores anos. Entram no seu corte Tinto fino (Tempranillo), 80/85%, Cabernet Sauvignon, 10/15% e Merlot, 0/5%. Os vinhedos são antigos e têm rendimento muito controlado e limitado. Colheita manual. A Vinificação é a tradicional, em pipa de carvalho com leveduras naturais. Controle de temperatura. Fermentação malolática completa.

Vinho de bela cor vermelhorrubi escuro, escorregadio, com reflexos granada, opaco e brilhante. Franco, amplo e fragrante, já a caminho do etéreo. Aromas de frutas vermelhas, baunilha, caramelo, ameixa seca em calda, carne cozinhando, capim seco (feno), menta... Seco, sápido, equilibrado puxando para quente, macio, encorpado, com taninos do equilibrado para o tânico. Muito intenso e muito persistente. Termina bem, deixando a boca enxuta e está pronto, já a caminho do maduro.

"Notas: RR = 96,0 e média = 94,6 com WS=93. Grande vinho, dos deuses".


Barca Velha 1995 DOC Douro, de Casa Ferreirinha, Portugal, Douro.

Na elaboração desse vinho, como é a tradição dos vinhos do Douro, as uvas são pisoteadas. O Vinho resultante  fica em barricas de carvalho por cerca de quatro anos. A recomendação, até 1995, era de "nunca se beber um Barca Velha com menos de dez anos"! Aumentou o teor  alcoólico, na safra de 99,  de 12,5, para 13,5 %. O Douro é mais conhecido pelo Vinho do Porto. É a primeira região demarcada do mundo (pelo Marquês do Pombal). O rótulo do Barca Velha é simples, porém bonito e revela uma  tapeçaria, por trás, em preto (RR em aula de fev./2009).

Vinho de bela cor vermelhogranada escuro, escorregadio, opaco e brilhante. Aromas de violeta e de frutas vermelhas, como cassis, amora e mirtilo. Baunilha, caramelo, musgo, funcho, pimenta, cogumelo, aromas oleosos (azeite em infusão), amêndoa... Na boca, é seco, sápido, equilibrado na alcoolicidade, de macio para redondo, de encorpado para muito encorpado e com taninos equilibrados. Muito intenso, com final longo e persistente. Termina bem, deixando a boca enxuta e está pronto.

Notas: "RR = 93,0 e média = 94,4 com WS=89. Vinho ícone de Portugal, um dos grandes vinhos do mundo. A nota da WS (e no outro português) denota um viés anti-Portugal da revista. Mostrou-se o menos evoluído, em termos de aromas, dos três vinhos, embora seja o mais velho. Isso indica a sua longevidade".


Nomad 2009, de Aurelia Visinescu, Romênia. Este foi cavado pelo
Leonardo diretamente nas distantes "Terras do Vlad".

"Vinho extra (levado por Leonardo). Notas:  RR = 80,0. Curioso, mas muito simples, embora correto".

Kompassus Espumante Blanc de Noir 2009, de Kompassus Vinhos Ltda, Portugal, Bairrada. "Sem avaliações. Bom espumante, embora dito como blanc de noirs tem alvarinho como um dos componentes (para acidez). Coisas dos patrícios. Começamos bem o ano".


Resultado da Degustação Comparativa: 

"Na apuração do melhor, cada um escolheu o primeiro (1), o segundo (2) e o terceiro (3); sendo assim, quem tiver a menor soma é melhor. Em primeiro ficou o número 2 (Vega-Sicilia) com soma igual a 17, em Em segundo, ficou o número 3 (Barca Velha) com soma igual a 18 e em terceiro o número 1 (Avó Sabica), com soma igual a 19. Como curiosidade, dos nove degustadores, cada um dos vinhos foi considerado o melhor por três pessoas".

Um probela se coloca a partir dessa Degustação: Como poderá ser mantido o nível, nas próximos Encontros do Grupo?!  Com a palavra, Mestre RR...

Os créditos pelos comentários a respeito de cada vinho, que se encontram sinalizados por aspas, pertencem a Roberto Rodrigues, a quem somos gratos.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Des Amis du Mouton Encerram o Segundo Semestre do Ano de 2013 Com Bom Gosto.

Godofredo Duarte e Márcia Parente: Enfim, uma Abertura Nova.

Com a Confraria "Des Amis du Mouton" mantendo o elevado ânimo que a moveu pelo ano inteiro, tivemos o último Encotro do Segundo Semestre de 2013. E a noite começou prometendo, com a abertura de um excelente Champagne Grand Cru Rosé...


O Professor Robeto Rodrigues e Márcia Parente: Brinde Costumeiro.

E depois? Bem, depois vocês verão os portentosos tintos que se seguiram e que estão descritos em cada foto. Pelo visto, teremos um inigualável início no janeiro que se aproxima.


Márcio Monteiro e Cláudia Dacorso em pose exclusiva para Baco.


Godofredo Duarte aprimora o olfato ao descobrir aromas sutis.


Enquanto Seu Bira Sant'anna entra em Alfa com o portentoso Pomerol.


Champagne Grand Crú Rosé Authentique Brut nv, de Barnaut,França Champagne. 

Notas: "RR = 96,0 e WS=9. Excelente champagne que se destaca pela elegância e pelo equilibrio maciez versus acidez perfeito."


Corton Clos du Roy Grand Cru 2006, de Domaine Antonin Guyon, França, Borgonha.

Vinho de bela cor vermelhogranada médio, escorregadio, com relfexos alaranjados, transparente e brilhante. Franco, amplo e fragrante, porém com uma boa caminhada para o etéreo. Aromas de baunilha, caramelo, violeta, fruatas vermelhas, como cereja e morango; coco queimado, pelica molhada, caça (bode suado), tabaco, sobois, louro... Notas: "RR = 93,0 e média = 93,1. Excelente Corton, melhora paulatinamente com o tempo após servido."


Clos des Litanies 2010 AOC Pomerol, de Familie Joseph Janoueix, França, Bordeaux.

   Pontuação: "RR = 90,0 e média = 92,3. Belo Pomerol. Embora inferior ao vinho anterior, não poderia ser servido antes do mesmo."


Terroir Único Malbec 2011, de Zorzal, Argentina, Mendoza.

Vinho Estra, agraciado ao Grupo por Márcio Monteiro. Notas: "RR = 86,0 e média = 83,8. Vinho estranho. Nenhuma tipicidade de Malbec. Só dei 86 para não decepcionar o amigo"


Buçaco tinto Reservado 2006, de Palacio do Buçaco, PortugaL. Bairrada.

Notas: "RR = 88,0 e média do Grupo = 88,8. Belo vinho, trazido de Portugal pelo Confrade Márcio Monteiro e agraciado ao Grupo.Foi prejudicado pela sequência e por estar ainda muito novo. Merecia, com certeza, maior nota."


Mas de Mas 2008 , 17,5 % Vol, AOC Maury, de Jean-Claude Mas, França, Languedoc. 

Notas: "RR = 91,0 Um vin doux naturel, ou seja, o doce é da uva e a fermentação é interrompida pela adição de aguardente vínica (como no caso do Porto)..Feito a partir da casta grenache. Muito bom vinho e combinou muito bem com o panetone de frutas. Belos vinhos para a última degustação do ano."


A seguir, tivemos uma sequência de pães e fiambres,  cuidadosamente s
elecionados por Márcio Monteiro, que nos agraciou com os mesmos.





O Grupo agradece ao Confrade Márcio Monteiro pelos ótimos vinhos trazido para esse Encontro, bem como os fiambres, para o encerramento dos trablahos. Os créditos pelos comentários sobre os vinhos, que estão entre aspas, pertencem a Roberto Rodrigues, a quem o Mesa de Baco é devedor.