Passo a lhes relatar, a seguir, mais uma delicosa
experiência da Confraria do Camarão Magro, reunida no
sábado, dia 15 do corrente, em seu XXIII Encontro. Foi
escolhido o elegante e acolhedor Restaurante Gibo
Brambini, de Ipanema. Trata-se da primeira reunião,
sob a Presidência do Confrade Daniel Acylino.
CARDÁPIO
Couvert: Cestino di Pani com Patés;
Entrada: Insalata di Frutti di Maré al Balsamico di
Modena, Olio di Toscana al Profumo di Limoni
Siciliano;
Piatti: Spalla di Agnello in Salsa de Sangiovese,
Rosmarino, Aglio, Timo e Demi Glacê;
Sobremesa: Sfogliatina di Pera com Salsa di Lamponi e
More;
Serviço: Água mineral, refrigerantes e café expresso.
VINHOS
Boas-vindas: Espumante Chandon Réserve Brut;
Para a entrada: Grove Mill Sauvignon Blanc 2007;
Para o prato principal: Bruno Rocca Barbera d’Asti 05;
Sobremesa: Miguel AsensioDulce Moscatel 2006.
Espumante Chandon Réserve Brut
Produtor:
Vinícola
Chandon do Brasil, introduzida em 1973, quando a
Maison Moët & Chandon, de Epernay, procurando os
melhores "terroirs" para implementar seus
vinhedos e adega, escolheu Garibaldi, na Serra Gaúcha,
para hospedar uma das quatro unidades no mundo onde é
elaborado o requintado Chandon, a grife de referência
dos espumantes naturais, pertence ao grupo de luxo
francês LVMH (Louis Vuitton-Moët Hennessy). Graças à
sua filosofia de elaboração, baseada, há mais de 260
anos, em aprimorar a produção de uvas e estimular a
dedicação, paixão e criatividade de seus enólogos,
a Maison Moët & Chandon, com a Chandon de Garibaldi,
colocou a Serra Gaúcha e o Brasil em destaque no
cenário mundial de espumantes de qualidade superior.
Características:
A cor amarelo-esverdeada, a espuma abundante e
persistente e o perlage de borbulhas finas, ativas e
numerosas caracterizam esse clássico assemblage das
variedades Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico,
de vinhos base produzidos pelo processo “charmat”.
As uvas são submetidas a uma prensagem delicada em
prensas pneumáticas e após separação das cascas o
mosto observa um período de repouso a baixa
temperatura com o objetivo de eliminar partículas
sólidas residuais através da decantação. Depois desse
ato procede-se à fermentação de cada cepa em separado
em tanques de aço inoxidável.
A fermentação durará em torno de quatro a cinco
semanas, após o que o vinho permanecerá em repouso no
tanque, com as leveduras mortas, por aproximadamente
quatro meses, a fim de se enriquecer com a absorção de
seus componentes.
O vinho base resultante é então levado a modernos
tanques para a segunda fermentação (“prise
de mousse”), utilizando leveduras selecionadas que
comporão o chamado “licor de tirage”.
A fermentação dura em torno de quatro a cinco semanas
após o que o vinho permanecerá em repouso no tanque,
com as leveduras mortas, por aproximadamente quatro
meses, a fim de se enriquecer com a absorção de seus
componentes.
O aroma revela sutilezas florais (flores brancas) e
frutadas (maçã verde, cítricos e frutas secas). A
primeira impressão ao paladar é uma acidez
equilibrada, seguida da nítida sensação de redondeza e
frescor. Por fim, são percebidas notas de frutas secas
e cítricas com uma persistência média.
Teor alcoólico: 11,8%
Açúcar residual:
10 g/l.
Harmonização:
A personalidade do Chandon Brut torna-a apropriada
para ser servida como aperitivo e também para
acompanhar toda a refeição. Combina com pratos à base
de mariscos e crustáceos, peixes de carne branca,
sushis e sashimis, saladas leves, carnes brancas
assadas, aperitivos e com alguns risotos, como o de
morango.
Grove Mill Sauvignon Blanc 2007
Produtor:
Grove Mill
Wine Company, subsidiária da New Zealand Wine Co. , da
Nova Zelandia, Marlborough, no encontro dos Vales
Waihopai e Wairan.
O “bell frog”, cuja figura está no rótulo e que vive
nos charcos dos terrenos da vinícola, simboliza o seu
compromisso com a sustentabilidade ambiental. Em
2006 a Grove Mill tornou-se a primeira vinícola
CarboNZero, com o princípio de fazer vinhos com o
mínimo impacto no meio ambiente.
Notas do Enólogo:
Uma ótima combinação da potência do Sauvignon Blanc
2005 com a elegância do 2006. A safra de 2007 é
possivelmente, a melhor das três.
Aromas: uma elegante combinação de frutas tropicais,
maracujá, kiwi, groselha com nuances
herbáce(estragã o).
Paladar: persistente com uma estrutura balanceada e um
final refrescante, com sabores de abacaxi, grapefruit,
pêssego branco e groselha. Nuances marítimas do
Wairan Valley.
Vinicultura:
Colheita de 29
de março a 18 de abril de 2007, por máquinas, nos
Vales Seventeen e Wairan, Solo de cascalho e argila.
Vinificação:
Álcool: 13%
Açúcar
residual: 3,4 g/l
Ácidos: 7,1 g/l
pH: 3,2
Estilo: seco.
Harmonização:
Delicioso,quando degustado só ou com grande variedade
de pratos, principalmente com frutos do mar.Perfeito
para uma agradável tarde de verão.
Guarda:
Excelente para ser bebido jovem, mas desenvolverá
complexidade com o passar do tempo.
Barbera d’Asti 2005
Produtor:
Azienda Agrícola
Rabajà – Bruno Rocca - Cascina Rabajà, 29 - Barbaresco
(CN).
No Piemonte, Bruno Rocca é um produtor de
imensoprestígio, dono de uma minúscula vinícola
encravada no coração de um dos mais importantes
vinhedos da região, o Rabajà. Fundada em 1978 e
proprietária de apenas 15 hectares, a família
Rocca possui 5 hectares do vinhedo histórico Rabajà.
Atualmente a Bruno Rocca produz apenas 55 a 60 mil
garrafas por ano, somente com uvas próprias, sendo que
75% são vinhos da uva Nebbiolo, sob a denominação de
origem Barbaresco. Também se produz Dolceto, Barbera e
dois vinhos modernos, abrigados na denominação Langhi,
sendo um tinto (Cabernet Sauvignon, Barbera e
Nebbiolo) e um branco (Chardonnay 100%).Álc.14% .
Glossário (para a ficha técnica original do produtor,
a
seguir):
prugna: ameixa
Mora: amora
Ciliegia: cereja
Gelso: amoreira
Noce: noz
Speziatura: condimentado
Pepe: pimenta
Mandorla: amêndoa
Miguel Asensio Dulce
Moscatel 2006
Produtor:
ASENSIO VIÑEDOS Y BODEGA(D.O. Navarra)
Pequena bodega familiar com um vinhedo próprio de 70
hectares, plantada com Tempranillo, Cabernet Sauvignon
e Merlot. A família de Javier Asensio está impondo
um novo ritmo na D. O. Navarra nos últimos anos e seus
vinhos já são reconhecidos como dos melhores da
região. O trabalho no campo e na bodega é muito
meticuloso, com uma produção bastante selecionada e
relativamente pequena (150.000 garrafas/ano) .
Características:
Cor amarela ouro de intensidade media muito brilhante.
No nariz, aroma de intensidade correta, com toques
medicinais (balsâmicos) e um fundo de flor de
laranjeira.Na boca, é decorpo médio, com boa acidez,
fresco, com expressão varietal e um agradável final.
100% Moscatel de grão miúdo. Não passa em madeira.
Teor alcoólico: 12,5%.
Em sua primeira manifestação, nosso Patrono e
responsável pela harmonização, Edgar Kawasaki, disse
que esperava do vinho da Nova Zelândia um fundo
cítrico. A harmonização não foi boa. Sinalizou para
algo que ele chegou a suspeitar de um defeito do Vinho
da Entrada: Um toque vegetal - arruda - que sobrou na
boca. Assim, o vinho sobressaiu ao prato. Um fundo
cítrico resolveria o óbice.
Tive a idéia de fazer uma pequena experiência, ao
colocar umas tres gotas de Vinagre Balsâmico de Módena
e bastante Azeite Extra-Virgem de Oliva sobre o prato,
pois o mesmo veio sem o Vinagre. Notei uma boa melhora
na harmonização.
Mestre Kawasaki achou que tudo ficaria melhor, se o
prato contivesse agrião ou endívia, com o que concordo
plenamente.
Quanto ao Prato Principal, a harmonização funcionou
muito bem. Carne rosada no interior... Vamos colocar
um Barbera, um toque de barrica. Vamos buscar na
Itália, pensa o Mestre...A história do Vinho Barbera
D´Asti... - frutas vermelhas, especiarias, barrica.
Ele arredondou todo o Prato, que era muito bem feito!
A respeito da deliciosa e bonita Sobremesa,
Kawasaki salientou que temos, aqui, dois problemas: O
creme é de pera, mas o molho é vermelho (calda de
franboesa e amora). A pera vai bem com Moscatel; se
comermos somente a pera, dá certo, porque ela é
delicada. Mas o vermelho sobrou em relação ao Vinho.
Sempre fui contra ficar pedindo para o Chef mudar o
Prato! Portanto, fiz essa harmonizão em cima da pera!
Para finalizar, deixo, nesta altura, os
agrdecimentos do Grupo ao casal Acylino e Anna, bem
como ao Kawasaki, à Equipe do Gibo Brambini, pela
organização do Evento... Com especial menção ao
ambiente do Restaurante, aos pratos degustados, ao
esmero do Serviço dos Vinhos e ao Espumante Casa
Valduga, gentilmente oferecido pe Sommelier, no final,
quando nos víamos reticentes em encerrar a efeméride.
Como dizia o saudoso Sir Alexander Fleming
(1881-1955)“A Penicilina cura os homens; mas é o vinho
que os torna felizes".
Abs.
Neri Cavalheiro
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