domingo, 5 de abril de 2009

Fotos dos Vinhos e dos Pratos do XXV Encontro da Confraria do Camarão Magro






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Vamos, Então, ao Cardápio, aos Vinhos e Suas Fichas Técnicas:

Boas-Vindas -

Espumante Casa Valduga 130 Brut– 13,0 %
Método: Champenoise
Produtor: Casa Valduga
Castas: 50% Chardonnay; 50% Pinot Noir
Origem: RS – Vale dos Vinhedos – Bento Gonçalves - Brasil.

Entrada:

Attems Tocai Friulano” 2007 -13,0 %
Produtor: Conti Attems
Casta: Tocai friulano mudado recentemente para Friulano
Origem: Venezia Giulia, no Collio Goriziano,
Itália.

Prato Principal:

Step Road Shiraz – 2003 – 14,5 % (90 Pontos RP).
Produtor: Step Road.
Casta: Shiraz 100%.
Origem: Langhorne Creek – South Austrália.

Sobremesa:

Justino’s Madeira Malmsey 10 Years Old – 19,0 % Vol.
Produtor: Vinhos Justino Henriques, Filhos Ltda
Casta: Malvasia 100%.
Origem: Ilha da Madeira, Portugal.

A Confraria do Camarão Magro se reuniu, como sempre em clima de grande alegria, pela vigéssima quinta vez, agora no Restaurante Gatto Rosso, contando com a presença de vinte e tres membros e convidados.

Menu:

CESTINO DI PANE
Seleção de nossos pães artesanais e seus acompanhamentos.
PARMEGGIANA DI MELANZANE
Frigideirinha de berinjela grelhada “alla parmeggiana”; torradinha de focaccia.
COSTOLETTA DI CINGHIALE
Ripa da costela do javali assada ao forno brando por 12 horas; servida com a guarnição especial da casa ou gnocchi de mandioquinha puxado em seu próprio molho e parmesão.
BAILEY´S PARFAIT
Creme licoroso de whisky, raspa de chocolate amargo, biscoito champagne.

Vinhos:

1) Casa Valduga Espumante 130 Brut -
Método de produção: Champenoise. Elaboração do vinho base, engarrafamento e refermentação do vinho em garrafas de espumante, temperatura controlada na cave em 12ºC, maturação de 48 a 60 meses, ocorrendo autólise de leveduras, remuage em pupitres, dégorgement, arrolhamento e rotulagem.
Uvas: Chardonnay e Pinot Noir.
Paladar: Acidez equilibrada, de amplo e pleno sabor harmônico.
Temperatura de Serviço: 4° a 6°C.

2) ATTEMS FRIULANO 2007 -

(O nome da cepa tocai friulano foi recentemente mudado para apenas friulano)
Produtor: A propriedade do Conti Attems localiza-se em Lucinico, na parte mais oriental da Friuli Venezia Giulia, no Collio Goriziano. O Collio Goriziano se estende numa seqüência de declives (à qual deve seu nome) exposta ao Sul e protegida ao Norte, pelo Prealpi Giulie, dos ventos frios setentrionais.Trata-se de um território particularmente vocacionado para viticultura, tanto que, ao fim do Ottocento, foi uma das primeiras regiões vinícolas italianas a introduzir e valorizar, juntamente com as variedades autoctones (Ribolla Gialla,Tocai Friulano e Malvasia Istriana), outras uvas nobres como Sauvignon, Pinot Grigio, Chardonnay, Cabernet e Merlot. Em 2000, Attems decidiu ampliar seus horizontes e aliou-se a uma das maiores dinastias do vinho, Marchesi de Frescobaldi.

Informações Técnicas e Notas de Degustação:

Colheita: Manual na 3ª semana de setembro.
Fermentação: Em tanques de aço inoxidável, de 15 a 20 dias, entre 18°C e 25°C.
Fermentação malolática: não.
Teor alcoólico: 13%.
Maturação: Por 6 meses em tanques de aço inoxidável.
Degustação: Cor amarelo palha intenso, luminoso e brilhante. O nariz abre vagarosamente, liberando inicialmente nuances florais que, em seguida, juntam-se a fragrâncias frutadas, particularmente de pêra e maçã. Na boca, é encorpado, com bom peso e consistência cremosa, avivada com uma veia dinâmica de acidez. Um gosto forte e saboroso no final, com intrigante mineral, compõe um vinho absolutamente delicioso. A safra de 2007 é notável por aromas ricos e fina estrutura, juntamente com a plenitude de sabores fortes clássicos da área.

Harmonização: Peixes e carnes brancas, mas pode ser bebido como aperitivo, acompanhando presunto de San Daniele.

3) STEP ROAD SHIRAZ 2003 -

Produtor: A Step Road é o sonho de qualquer enólogo. Fundada em 1998, foi construída com base em 2 pilares: Produzir vinhos de excelente qualidade e proteger o ambiente. A tecnologia empregada é de última geração, e os cuidados com o vinhedo, a natureza ao redor e a vinificação são extremos. Seus vinhos Step Road, Black Wing e First Step são sempre muito frutados, com um equilíbrio excepcional entre fruta, madeira, taninos e acidez. Muito fáceis de beber (o difícil é ficar na 1ª garrafa), são resultado de uma grande concentração de sabor e um final de boca longo e cheio de prazer. Além de serem vinhos excepcionais, oferecem excelente relação entre qualidade e preço.

Os vinhedos estão localizados em Langhorne Creek, uma linda planície de origem aluvial. Ali, os rios são margeados por eucaliptos e a região está praticamente ao nível do mar. Em função da proximidade com o Lago Alexandrina, sua influência é notável: Todo final de tarde uma brisa fria invade os vinhedos, baixando drasticamente a temperatura à noite.Também em Langhorne Creek está a vinícola. Equipada com vinimatics, tanques verticais e inclusive diferentes tanques “quadrados” de fermentação; é ali que Rob Dundon e Scott McIntosh elaboram seus vinhos espetaculares.

Variedade: 100% Shiraz.Origem: Langhorne Creek – South Austrália.Solo e Clima: Solo aluvial, clima mediterrâneo, com diferenças significativas entre dia e noite.Produção: A fermentação foi realizada em tanques “quadrados” de aço inox com temperatura controlada, ideal para obter tintos de alta qualidade e concentração. Foi realizada a fermentação malolática.Envelhecimento: 18 meses em carvalho francês novo.Teor Alcoólico: 14,5ºGLTemperatura de Consumo: 18º C.
Notas de Degustação: Um shiraz robusto, com notas de ameixa e especiarias, como pimenta, alcaçuz e menta. Na boca, é generoso, lembrando o chocolate, em um final cheio de sabor e persistência.

Harmonização: Prove com todas as carnes e queijos firmes. Perfeito com pratos ricos em especiarias (steak au poivre, curry), e aqueles preparados com funghi.

Principais Avaliações:

• Avaliação de "Ótima Compra" pelo Guia de Vinhos Gula 2007;• 90 Pontos Robert Parker;• 31/2 Estrelas na Winestate Magazine;Medalha de Prata no concurso Decanter Wine Awards (2004).

4) JUSTINO’s MADEIRA MALMSEY 10 Years Old -

Produto/Engarrafador: Vinhos Justino Henriques, Filhos Ltda.Localização: Ilha da Madeira, Portugal, situada no Oceano Atlântico, a cerca de 600 Km a SW de Lisboa.Tipo de Solo: Vulcânico; natureza basáltica, variando com a altitude.Clima: Temperado com características oceânicas.Casta: Malvasia – em inglês, Malmsey.Colheita: Manual com seleção qualitativa.Classificação: Vinho da Madeira – V.L.Q.P.R.D (DOC).

Degustação: Vinho doce. Cor âmbar escuro. Aroma sugerindo nozes, melaço e baunilha. Redondo, suave. Levemente untuoso e equilibrado. Notas de noz tostada e caramelo agradáveis. Na boca, um final cheio de vigor e persistência. Acidez equilibrada pela doçura. Harmonioso.
Acompanhamento: Perfeito acompanhamento de queijos, sobremesas doces ou servido após a refeição.

O Malvasia e outros Madeiras doces combinam bem com chocolate negro, morangos, ananás e sobremesas à base de café (e.g. tiramisu e gelado de café); acompanham igualmente bem, os doces típicos mais característicos das diversas regiões do país como leite-creme ou arroz doce; ou ainda como digestivo, após o café.

Produção: O Malvasia, bem como Boal, Verdelho, Sercial e Terrantez são vinhos obtidos a partir de castas de uvas produzidas na ilha que, por razões diversas, têm pequenas produções. Na sua totalidade, representam cerca de 10% da produção total da vindima. Como tal e tratando-se de uvas brancas, que necessitam de muitos mais anos de estágio em cascos de carvalho, para obterem as características tonalidades do Madeira, decidiu-se comercializar estes vinhos só no estilo reserva velha ou colheita. Obtidos a partir de um lote de vinhos, todos eles produzidos a partir da vinificação em separado de castas brancas e que, à data do seu engarrafamento, tinham, no mínimo, um estágio de 10 anos em cascos de carvalho francês e americano.

Temperatura de Serviço: O Malvasia e todos os vinhos da Madeira doces poderão ser bem apreciados se servidos entre os 16ºC e 18ºC (61ºF – 64ºF). No entanto, se demasiadamente doces, poderão ser ligeiramente refrescados, de modo a diminuir a sensação de doçura e consequentemente torná-los menos enjoativos no aroma e no paladar.

Resultados Analíticos: Álcool: 19% Acidez Total: 6,6 g/l expressa em ácido tartárico. Açucares Totais: 104 g/l.

Desta vez, tive que lamentar não poder estar presente ao Encontro, mas as fichas técnicas dos vinhos e o menu me foram gentilmente enviadas pelo nosso Presidente, Daniel Acylino. O Relato foi feito pelo Confrade Joil, com o bom humor que o caracteriza... O envio das fotos devo agradecer à Confreira Miriam Astuto.

Passarei, então, ao repasse do relato do Joil:

Em 28/março/2009 - 25° Encontro do Camarão MagroOlha que responsabilidade! A mim coube a difícil tarefa de substituir o relator principal, nosso querido Neri, que esteve impossibilitado de comparecer ao nosso encontro. Pena!.

Logo na chegada, o “Gato Vermelho” nos recebe com um Valduga 130. Excelente! Foi dito até (Bené dixit) que só era espumante porque nasceu no lugar errado. Houvesse nascido a NE de Paris, naquela região famosa, seria chamado Champagne sem medo de ferir a marca registrada.
Após algumas fotos para os arquivos implacáveis da Miriam, subimos as escadas em direção aos antepastos que já nos esperavam. Entre eles, uma pasta de berinjela processada, incrementada com algo bem temperado, tipo azeitona preta e um incrível alho laminado, desidratado ao forno, mergulhado num azeite extra virgem com ervas e pimenta rosa. Isto tudo acompanhado pelo Valduga 130 que se esticou até a mesa. Excelente.

Atenção ao primeiro desafio: A frigideirnha de berinjela à parmeggiana frente ao Attems Friulano 2007 que chegou impávido, mostrando logo seus aromas florais, frutas de massa branca (pêra. maçã, abacaxi, e até uma especiaria ou erva doce). Houve quem visse um e outro levantarem e se cumprimentarem pela excelência dos dois. Um comentário de nossa querida Lígia, dizia que junto com as torradinhas de focaccia a berinjela harmonizava melhor com o vinho.
Um exemplo do cuidado do serviço: nosso querido Efraim explicava que o vinho estava sendo servido a 6° porque com o tempo da chegada da berinjela, iria para 8/10° que é sua temperatura ideal.

Alguém lembrou que a ficha técnica dizia que mais adiante poderia abrir um intrigante mineral. Mas ninguém esperou prá ver e preferiu o desafio entre ele e a beringela. Consensou-se que houve empate.

Passamos , então, ao esperado grande encontro da tarde. De um lado o javali petropolitano trazido pelo simpático e eficiente chef Ricardo Ferraccini e de outro o surpreendente Step Road Shiraz 2003 trazido pelo não menos surpreendente João Luis (O que sabe das coisas).

Chef Ricardo, após nos falar sobre sua tão imensa quanto precoce vocação para a gastronomia, (“Oropa”, França e Bahia!) passou a descrever o percurso do esperado acepipe até chegar aos nossos pratos. Vem de Petrópolis em camionete climatizada (segundo ele em velocidade moderada para não estressar!) até chegar à cozinha onde fica em marinado de vinho tinto por, pelo menos, 24 horas. A seguir é colocada em câmara fria para enrijecer após o que passa por uma “selagem” em chapa quente preparando-se para entrar em forno (110° C) por 4 horas. Ao forno ela estará sempre sendo regada pelo mesmo molho usado na marinagem.

E o vinho? Não fez feio diante de tanta técnica! Diríamos que tudo da ficha técnica é verdade. Um discreto aroma de madeira nova (sem “atropelar”) e um retrogosto maravilhoso que persiste “ao longo”. (Ainda bem!) Fez um belo par não só com o javali como também com as guarnições: uma cebolinha caramelizada divina, as batatinhas arrumadas duas a duas “qual fogueira de São João”. (Gonzagão assinaria) e o gnochi de batata baroa que, se não era o da sorte (era dia 28), chegou perto.

E o Justino 10 anos Malvasia? Presença, corpo, untuosidade, aromas mil, a definição de cor Âmbar. Só ele É uma sobremesa. Em meu modesto ver, sobrou, e o fez com classe, sem humilhar. Mas que sobrou, sobrou.

De repente, uma bela surpresa: a torta de aniversário de nossa querida Denise e, sobre ela, um enorme “vulcão” que ela custou a apagar. Um tititi baixinho, afirmou ser idéia do Bené. . . tsk, tsk.Vida longa à Denise e sua família maravilhosa!

Comentários muitos de que se não foi o melhor, com certeza foi um dos melhores encontros. Um clima “alto astral” e a alegria do “dever cumprido” do nosso “Bispo” do nosso “Imperador” e de nossa “Primeira Dama” sempre simpática, atenciosa e preocupada que tudo esteja dando certo. É claro que está!.

Os agradecimentos ao Marcos e Miriam pela sugestão do local e o registro do teto “salpicado de estrelas” (Salve Orestes Barbosa) sobre a mesa QUASE toda feminina (Olha aí Marcos, te salvei, hein?).Uma tarde maravilhosa!!!






Um comentário:

  1. Gostei de ver os vinhos da madeira na vossa. ementa. Parabéns pela selecção.

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