quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Des Amis du Mouton Degustam Quatro Vinhos de Bordeaux e Dois "Estrangeiros".


Na abertura clássica dos trabalhos, Roberto Rodrigues e Márcia Parente.
Neste "Encontro Des Amis du Mouton" Mestre Rodrigues deu uma inovada: Propôs ao Grupo servir todos os vinhos ao mesmo tempo, num total de seis, sendo quatro de Bordeaux e dois "estrangeiros", isto é, de outras regiões deste vasto Mundo do Vinho. Deveríamos descobrir os dois de fora de Bordeaux, depois escolher o melhor dos seis e, finalmente, o pior deles.

Um efusivo brinde inicia a Degustação dos Bordeaux.
As fichas analíticas deveriam ser preenchidas normalmente. Mas o mais importante desta degustação seria a descoberta dos "estrangeiros"e a preferência de cada um dos Confrades, em relação a cada um dos vinhos, independentemente da nota dada.

Ubiraci Sant'Anna e Godofredo Duarte analisam os Vinhos com critério.

Os Quatro Portentos das nobres Terras da Aquitânia.

A disposicão das taças numeradas de 1 a 6. Difícil avaliação do melhor.

João Luiz Caputo, Márcio Monteiro e Leonardo Carvalho.

Márcia também nos ofereceu os fiambres e os pães para acompanhar (do Zona Sul Atende).

Les Forts de Latour 2007, 13 %, AOC Pauillac, de Château Latour, França, Bordeaux.
Recebeu a Nota Média do Grupo de 91,5 e Nota RR (Roberto Rodrigues) de 93. Foi eleito o melhor da noite pelos Confrades. Trata-se do Segundo Vinho do Château Latour, que é 1er Grand Cru Classé!

Clos du Marquis 2006, AOC Saint-Julien, de Château Loeville-Les Cases, França, Bordeaux.
Nota RR = 91, Média do Grupo = 89 e RP = 90. Trata-se do Segundo Vinho do Château, que é um 2eme Grand Cru Classé.

Les Charmes de Kirwan 2005, 13 % Vol., AOC Margaux, de Château Kirwan, França, Bordeaux.
Nota RR = 89 e Média do Grupo = 90,5. Trata-se do Segundo Vinho do Château Kirwan, que é 3eme Grand Cru Classé.

Pavillon Rouge du Château Margaux 2005, 13,5 % Vol., AOC Margaux, de Château Margaux, França, Bordeaux.
Nota RR = 87, MG (Média do Grupo) = 91,6, RP =91 e WS = 92. Trata-se do Segundo vinho do Château Margaux, que é 1er Grand Cru Classé!

Sesmarias 2008, de Miolo, Brasil, Campanha.

Com Nota RR = 91 e MG = 89,9. "Brigou bem" com os Bordeaux: Ficou empatado com o Segundo Vinho do Ch. Margaux e com o Charmes de Kirwan!


Cinque Autoctoni Edizione, 14 % Vol., de Vini Farnese, Itália, Abruzzo.

Foi o vinho extra, ofertado por Márcia Parente, com Nota RR - 87 e MG 87,6. É N/V. No Contra-rótulo há uma referência L 2007, que significa "Loteado em 2007", para ficar dentro da Legislação Européia (para que a sagra possa figurar no rótulo, seriam necessários 75 % de vinho de uma mesma safra).


O que a gente não bebeu! Trazido por Márcia: Poggio al Tesoro 2008, Mediterra, Itália, Toscana.
Este nos esperará, para uma nova oportunidade... Era vinho demais para uma só noite!







segunda-feira, 15 de agosto de 2011

XIII Encontro do Fórum ABS: Vertical do Lote 43 - Conduzida por Adriano Miolo

O Professor Roberto Rodrigues discorre sobre o Fórum ABS e apresenta Adriano Miolo.
Esta vertical do Miolo Lote 43 aconteceu em 26/01/2007. Matéria requentada? Para o Mesa de Baco, não! Na ocasião ele ainda não havia sido concebido. Fui convidado por Roberto Rodrigues e, em siguida, postei uma mensagem detalhada no Fóurm ABS, contando tudo: Nesta última sexta-feira, que haverá de ser abençoada por Dionísio e Baco, tivemos mais um encontro dos membros do Fórum, na ABS-Rio, desta vez brindados com uma palestra do enólogo Adriano Miolo da Miolo Wine Group.

O então Presidente da ABS historia sobre a Vinícola Miolo: Revelações sobre a infância de Adriano.
Os Trabalhos foram abertos com a degustação do Espumante Millésime Brut 2004 – do Vale dos Vinhedos, em Garibaldi, RS (Vinhedo São Gabriel), uma Indicação de Procedência – garrafa número 25.245 (de um total de 33.000 garrafas). Esse espumante foi apresentado em julho pelo enólogo francês Michel Rolland e recebeu medalha de ouro no Concurso Effervescents du Monde 2006, realizado na cidade de Chaintré, na França, dias 9 e 11 de novembro do ano passado. O concurso, considerado mundialmente como um dos mais importantes na categoria de espumantes, recebeu 351 amostras de 24 países.

Roberto Rodrigues apresenta o Espumante Miolo Millésime 2004.
O Brut Millésime é um espumante produzido com uvas Chardonnay e Pinot Noir , elaborado somente em safras excepcionais. O primeiro foi feito com uvas da safra 2004. O espumante foi envelhecido por 14 meses nas caves subterrâneas da vinícola gaúcha.
No Visual, bela cor amarela-palha, puxando ao dourado, com limpidez, tamanho e número de bolhinhas muito bons. Boa persistência do perlage. No Nariz, muito boa qualidade de aromas cítricos(lima, limão) , flores brancas, leveduras, melão e amêndoas. Uma suspeita de aroma amanteigado. Com boa intensidade e persistência. Na Boca, corpo muito bom; muito boa qualidade dos aromas, com boa persistência; muito bom equilíbrio maciez/acidez, com boa qualidade de CO2 e persistência aromática. Sensações finais muito agradáveis.


Depois de degustado esse generoso espumante, tivemos a Abertura do Encontro pelo Profo. Roberto Rodrigues, Diretor da ABS e Moderador do Fórum. Ele fez breves considerações sobre o espumante, ressaltando o rótulo, a cápsula e a criatividade do desenho, além da beleza do formato da garrafa. A seguir, nos deu notícias sobre o nosso fórum, ressaltando que o mesmo tem uma média de oito msgs./dia e um número de mais de 1380 membros do Rio de Janeiro e de outras cidades e estados brasileiros e de outros países. Embora tenhamos sido ultrapassados em número de membros por outro fórum, temos uma elevadíssima qualidade e nível de conhecimento e informação dos participantes; quase todos fazem os cursos da ABS e de outras entidades de prestígio, contando com vários professores universitários, enólogos, sommeliers e importadores de vinhos, que sempre nos prestigiam e participam.

Roberto e Ligia Peçanha.
Roberto agradeceu aos membros e colaboradores: Humberto Cárcamo, da Reloco, Jesús Ruiz Santamaría, La Rioja, João Luiz Manso, da Vini-Rio; Oscar e Roberto di Túlio, da Porto Leblon, a José Augusto Saraiva, da Vítis Vinífera, a Luis Antônio Barros, da Cais de Icaraí e a Jeanne Marioton, da CIVP (Vinhos da Provence).

Panorâmica da Platéia, com João Lizardo Hermes de Araújo (saudoso Confrade já falecido) e José Hilário, em primeiro plano.
Agradecimentos Especiais a João Lizardo Hermes de Araújo (primeiro membro a postar msg. no Fórum e Moderador substituto), a Ligia Peçanha, a Emília Leandro, a Bernadete Dal’Corno, a Joel Guérin, ao Ex-Presidente Ricardo Farias, todos presentes no dia de hoje e aos funcionários da ABS, que não medem esforços para viabilizar os nossos encontros. O Moderador agradeceu aos membros da Lista : Alberto Credmann Beniste e Carla (amável casal de mudança para o Canadá), Aguinaldo Aldighieri, Oscar Daudt, Tuxaua Plínio Barcellos de Linhares, Paulo Lantelme, Windsor e a este “vosso humilde escriba, que costuma encher demais vossas caixas postais”. Agradecimentos Especiais a todos os Membros do Fórum ABS. A Adriano Miolo, a Alexandre Miolo, ao Rodrigo; à Milena e ao Ruan ( Miolo Wine Group).

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Alexandre Miolo e Ruan Rodrigues exibem o Lote 43.
Na seqüência, tivemos a palavra do Presidente da ABS, o Professor e Enólogo Euclides Penedo Borges, que, com a simpatia e o bom humor característicos, destacou a evolução ocorrida na Vinícola Miolo, desde os idos de 1989, “quando o Adriano ainda andava de calças curtas” (risos da platéia) e a Cantina era composta por galpões de madeira, contrapondo ao admirável progresso da Empresa, até a bela e imponente construção atual... Enfim, a transformação do Grupo no Império atual, com extensões no Vale do São Francisco, na Campanha gaúcha e em outros países, através deconvênios empresariais.

As taças numeradas para receber os excelentes Caldos do Lote 43.
Passemos, agora, à Palestra do Enólogo Adriano Miolo, com o tema “Os Avanços nos últimos Oito Anos do Vinho Fino Brasileiro”. Degustaremos quatro vinhos Lote 43, das safras 1999, 2002, 2004 e 2005. Enquanto Adriano iniciava a palestra, seu irmão Alexandre, com a Equipe, preparava os caldos para a degustação vertical. Realmente, foi uma evolução bastante importante nesses últimos oito anos...Pois, há oito anos atrás, pensava-se em vinho brasileiro como vinho da Serra Gaúcha. Ainda se tem muito dessa ligação do vinho brasileiro com a Serra Gaúcha... Mas, hoje, temos novas regiões, num total de seis, e isso implica em climas diferentes, solos diferentes e realidades diferentes...

Adriano Miolo e Antônio Dantas.
Campanha, Serra do Sudeste, regiões dos Campos de Cima da Serra e de Santa Catarina; no Vale do São Francisco (Bahia e Pernambuco). Então, há uma nova geografia da vitivinicultura brasileira. Vale do São Francisco(Estados da Bahia e Pernambuco) – Grande produtor de uvas-de-mesa para consumo interno e exportação, rendendo de U$ 3,00 a 5,00/kg, que partem em avião e cargueiros.. Trata-se de um grande negócio! ... Uvas sem semente, uvas orgânicas, uvas festival, uvas-de-mesa híbridas (São Paulo). Dá mais lucro que plantar uvas viníferas. Há, aí, uma grande empresa, a Rio Sol, que faz parceria com um grupo português, que está crescendo bastante.

O então Presidente da ABS-Rio, Euclides Penedo e o atual, Ricardo Augusto de Farias.
Clima árido, onde se faz irrigação permanente, gota-a-gota, com as águas do Rio São Francisco. Faz um frio em torno de 12 graus, no inverno, durante a noite, e, durante o dia, volta o calor de mais ou menos 30 graus Celsius. Ou seja, uma diferença de temperatura dia-noite de mais de 15 graus! Isto é positivo. Talvez dê para fazer vinho de guarda, como o “Paralelo 8”, da Rio Sol. Solo: Extremamente pobre! Variedades Tintas: Syrah, C. S., Mouvèdre, Tempranillo, etc. Brancas: Moscatéis, chenin Blanc, Sauvignon Blanc, Verdejo, etc. Produtos: Moscatel Espumante, um verdadeiro ícone da reg.; espumantes frescos jovens, brancos jovens, tintos jovens, com muita fruta; brandy. Obs.: Um vinhedo economicamente viável precisa render, em média, trinta safras. Isso é válido para todo o Mundo.

Luiz Antônio Barros (Cais de Icaraí) e Ana Lúcia Carvalho.
Região de Santa Catarina – São Joaquim e vários Municípios da chamada Região do Vale do Rio do Peixe – Com vasta extensão de vinhedos. Sua posição no mapa situa-se entre os paralelos 25º57'41" e 29º23'55" de latitude Sul e entre os meridianos 48º19'37" e 53º50'00" de longitude Oeste. Destaque para a Vinícola Villa Francioni, com instalações modernas e produtos de qualidade. Grande produção, também, de maçãs, que pede climas frio, essencial para uma boa pigmentação das cascas, o que vale, da mesma forma, para as uvas. Região dos Campos de Cima da Serra – Vacaria, Bom Jesus e Muitos Capões – Parecida com a reg. de São Joaquim, com até 1.200 m de altitude. É aqui que temos o Projeto com o Grupo Randon. Aqui, o clima é frio e um pouco menos úmido que a Serra Gaúcha.

O Enólogo Adriano Miolo e Oscar Daudt, do Portal EnoEventos, que tem os créditos de todas as fotos aqui publicadas. Meus efusivos agradecimentos.
Região da Serra do Sudeste – Situa-se entre a Serra Gaúcha e a Campanha do Rio Grande - Compreende os municípios de Encruzilhada do Sul e Pinheiro Machado, onde se estabeleceram as Vinícolas Casa Valduga, Lídio Carraro e outras. Clima intermediário, mais seco que a S. Gaúcha e mais úmido do que a Campanha. Região da Campanha Gaúcha – Onde temos o Projeto Seival e onde se encontram, também, os grupos Almadén (Há mais de trinta anos!),

Roberto di Tulio - da Porto Leblon - Num emaranhado de taças.
Santa Colina e Aliança. Região que está começando agora e começando de forma certa, com tecnologia adequada, bons enólogos, e tudo o mais. Clima seco. Em muitos anos, com verões muito secos, em se faz necessária a irrigação, com uma aguada por ano. Quase não existe variabilidade entre safras. Tintas: Merlot, C. S., Castas Portuguesas, Tannat, Pinot Noir, Tempranillo, Petit Verdot, etc. Brancas: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot Grigio, Viognier, etc. Produtos: Vinhos tintos, com muita fruta, equilibrados e com acidez moderada. Brancos frescos e com muito caráter varietal. Tintos de guarda, com baixo rendimento nos vinhedos.

Ligia Peçanha e Carlos Teles
Região da Serra Gaúcha (Latitude de 29 graus S) – Na
Serra do Nordeste do RS –
Microrregiões:
- Vale dos Vinhedos;
- Pinto Bandeira;
- Altos Montes.
O Vale dos Vinhedos compreende oito mil hectares
de terras, nas localidades de Linha Leopoldina e 8 da
Graciema, nos limites dos municípios de Garibaldi,
Bento Gonçalves e Monte Belo do Sul, na Serra Gaúcha.
É a única Indicação Geográfica brasileira. Pinto
Bandeira e outras regiões estão a caminho...

Nei Augusto Ribeiro, Adriano Miolo e Ricardo Zoner.
Clima – Mais úmido, com grande variação anual. Castas Tintas: Merlot, Cabernet Sauvignon(C. S.), Tannat, Pinot Noir, etc. Castas Brancas: Chardonnay, Riesling itálico, etc. Obs.: O Brasil é o único país do Mundo, em que se chupa uva e se põe a casca fora! Tivemos, aqui, grandes safras nos últimos anos: 99, 02, 04 e 05, esta superior a todas as outras. Os Produtos Emblemáticos, são: Espumantes Clássicos e Tintos de Guarda (somente em anos excepcionais) . Nesta altura da Palestra, o Professor Celio Alzer faz uma pergunta: Como se poderia explicar o fato de termos ótimos espumantes e brancos nem tanto? Adriano responde: Somente pelo direcionamento da produção! Muito rendimento, alta produtividade, etc. Como há forte apelo aos espumantes, as empresas se estão voltando para a produção de espumantes, deixando os vinhos brancos como que meio esquecidos. A Cabernet Franc não se adapta bem à Serra Gaúcha. As melhores variedades são C. S., Merlot e Pinot Noir. Outras diversas variedades estão sendo testadas.

Os "Franceses Cariocas": Joel Guérin e Monsieur Jean-Lucien Cabirol (PhD em Enologia e Professor da École Supérieur d'Agriculture de Purpan).
I) Solos – Há oito ou dez anos atrás, quase não existia estudo sobre o solo! Derrubava-se o mato e se deixavam os troncos das árvores. Plantavam-se as mudas com uma alavanca. A parreira brotava junto com o mato (cheio de raízes apodrecendo, cheio de fungos). Eles achavam que a vítis vinífera não se dava na Região. Escolhia-se a parte mais baixa, mais fácil de cultivar, mas com precária drenagem. Pegavam-se as mudas dos vizinhos. Viroses! Não havia controle...
Hoje: - Solos mais altos, mais drenados, os melhores; - Preparo dos solos; - Drenagem do solo (por camaleões, etc.); - Separação das Parcelas pelos diferentes tipos de solo no mesmo vinhedo(está iniciando); - Escolha do Porta-Enxerto mais adequado para o tipo de solo e tb. do Clone;

Jesús Ruiz Santamaría, Paulo Decat e Adriano Miolo.
- Manuseio mais racional do solo Mudas Certificadas: - Seleção de Clones, segundo o tipo de produto a elaborar, o clima, o solo, etc.; - Controle fitossanitário, pelo Ministério da Agricultura, de todo material importado; - Praticamente todos os vinhedos estão sendo feitos com mudas certificadas. Condução dos Vinhedos: Grande avanço da Latada para a Espaldeira(com muito melhor qualidade!).
Rendimentos: Superfície foliar x kg de uva; Espaldeira Simples = 2 kg/planta, em média. Ex.: Espaçamento 2x1 = 5000 Plantas/ha = 10.000kg/ha
Notas: 1)Ainda não há vinhas velhas no Brasil; 2) O maior custo da produção é a muda. O segundo maior custo, as barricas de carvalho. A definição do Tipo do Vinho começa no rendimento do vinhedo.
Exemplos: Super Premium – de 4 a 6 Ton/ha; Premium – de 6 a 10 Ton/ha; Basic – de 10 a 12 Ton/ha.

João Fontes Neto (Diretor da ABS-Barra) e Aguinaldo Aldighieri.
Manejo dos Vinhedos: -Poda seca, de acordo com o rendimento e a variedade; -Poda Verde: Desbrote – regular produção e separação de ramos; Desfolha – retitada do excesso de folhas; Desponte – corte das pontas. Controle de Pragas e Doenças - Estações Meteorológicas; - Tecnologia de desinfecção dos vinhedos; - Controle de pragas. Maturação das Uvas - Índice de maturação; - Degustação de uvas (bagas) – Enfatizada por Michel Rolland; - Ponto de Colheita; - Utilização da previsão climática diária, para determinar o dia da colheita. As previsões têm sido mais precisas, pelo The Weather Channel! Maturação Polifenólica: Quando a uva está boa para se comer! Segundo o Confrade Tuxaua, que estava sentado ao meu lado, a cor das semente se constitui num importante dado do estado de maturação da uva: Semente escura, uva madura.

O Professor Célio Alzer e Fátima Carvalho.
II) Enologia:1) Construção de Vinícolas: - Projetos ajustados à dimensão e ao tipo de produtos; - Recepção por gravidade; - Tanques de inox; - Climatização, etc. 2) Seleção de Uvas: - Pré-Fermentação em frio; - Gestão da Maceração (Pigeage, Delestage, Remontage); - Pós-Fermentativa. 3) Substituição da Chaptalização: - Por osmose reversa; - Por concentração parcial em vácuo, à temp. de 20-25 graus. 4) Micro-oxigenação. 5) Controle de oxigenação nas brancas; 6) Envelhecimento em Barricas: - Barricas americanas; - Barricas francesas. Nota: As barricas americanas custam em torno de U$ 700,00 a unidade; as francesas, por volta dos 900 euros. A Miolo possui 3000 barricas.
Há muito, ainda, por fazer. O que mais marcou – “o grande pulo” - foi o aperfeiçoamento dos
vinhedos. Nesta altura, J. P. Schiffini, um dos ex-Diretores da nossa ABS, formulou uma pergunta: -"Mas, o que foi que deu o maior avanço, mudou mais, deu a maior qualidade, nesses últimos anos?" Resposta do Palestrante: - A presença de Michel Rolland!


Uma Visão Panorâmica da Platéia que lotou a Sala 310.
O Palestrante estava tão concentrado no tema, pelo qual revela verdadeira paixão, que se esqueceu de mandar servir os vinhos. Mas já conversamos muito, os Confrades das Listas de Discussão já devem estar sedentos e passemos aos vinhos, que acabaram de chegar aos nossos lugares.
Degustação do Lote 43, Safra 1999: O Miolo Lote 43, 12,5 % Vol., produzido com as uvas Cabernet Sauvignon e Merlot (meio a meio), da safra 1999, reunidas em um corte harmônico pelo Enólogo Adriano Miolo, foi envelhecido em barricas novas de carvalho americano. As suas garrafas permaneceram, por longo tempo, nas caves subterrâneas da Vinícola Miolo.Os detalhes de acabamento que cercam os melhores vinhos do mundo estão presentes no Miolo Lote 43. Elemento fundamental na conservação do vinho, a rolha de cortiça natural, de 49 milímetros de comprimento, é importada de Portugal, terra dos sobreiros, de onde se extrai a cortiça. Também é portuguesa a cápsula fabricada em estanho. Vinhedos antigos, plantados em latada! Produção de 40 mil garrafas.

Bernadete Dal'Corno e Hélio Vilaça.
No Visual, bela cor rubi escura, com reflexos granada.Espessas lágrimas, que descem languidamente pelas bordas da taça, deixando antever o momento hedônico, cheio de júbilo e promessas, que não tardará.
No Nariz, a presença muito clara da Merlot. Aromas de
groselha, geléia, madeira, ameixa seca, couro, fumo
em rama, trufas, vegetal, uma discreta hortelã. Enfim,
um agradável bouquet, ainda vivo.

Na Boca, vinho seco, sápido, equilibrado e macio, com
bom corpo, bom volume de boca, com uma agradável
untuosidade e taninos domados. É um vinho bastante
fino, intenso e persistente, que deixa a boca enxuta.
Está de maduro, para ligeiramente envelhecido.


Fátima Carvalho e Lucília Farias


Lote 43, 2002, 13 % Vol., corte de C. S. com
Merlot, na proporção de 50 % para cada uma das castas;
de vinhedos em espaldeira. O vinho estagiou no
carvalho americano e no francês, em proporção menor.
Aqui, a Empresa já contava com a participação do
Enólogo Michel Rolland. Não foi chaptalizado, nem teve
a concentração do mosto.
Foram produzidas 80 mil garrafas de 750 ml e
900, de 6 litros.São comercializadas um terço da
produção a cada ano.

Bela cor rubi escura, com reflexos granada.
Encontrados a maioria dos descritores do anterior,
porém com mais corpo, mais potência; uma explosão de
aromas, muito mais vivos. A temperatura de serviço
estava mais baixa que a do vinho anterior, mas ainda
numa faixa ótima. Vinho muito bom!

A Confraternização de Parte dos presentes.
Lote 43, 2004 – Estagiou em barricas novas de
carvalho americano e francês, meio a meio. Michel
Rolland participou tanto na vinificação, quanto no
corte. Produção de 60 mil garrafas. Ainda não ganhou o
mercado, mas deverá ser lançado este ano.
Este vinho está mais fechado que o anterior.
Mas, depois que a temperatura se elevou um pouco,
soltou mais os aromas, deixando uma suspeita de doce
de coco feito em tacho.

O Professor Fernando Miranda.

Lote 43, 2005 – Estágio em carvalho, igual ao
anterior. Da mesma forma, a participação de Michel
Rolland no processo.
Vinho muito fechado. Sua abertura, hoje, se
constitui num verdadeiro vinicídio, isto é, num
infanticídio vínico. Mas como a safra de 2005 foi uma
das melhores dos últimos anos e como o vinho tem
poderosa estrutura e foi muito bem vinificado,
evoluirá bastante com a guarda, que, a meu ver, poderá
ser longa.


João Luiz Manso Defende um dos seus ótimos Vinhos de Portugal.

Gostei mais dos vinhos das safras 2002 e 2004. Numa pequena enquete com alguns Confrades, Antônio Dantas concordou comigo. Já o Confrade João Fontes Netto apreciou mais o 2005! O da safra 99 estava no auge, começando o declínio, porém muito agradável.

No encerramento desta noite de glória, o Presidente Penedo Borges agradeceu a todos,
ressaltando a oportunidade de degustar um bom vinho de 1999 e do privilégio de poder aprender com uma verdadeira aula de Enologia.

Nosso Moderador também fez os seus
agradecimentos, ressaltando a presença dos enólogos
Patrício, da Miguel Torres e Professeur Jean-Lucien
Cabirol (e consorte), Docteur em Economie et Droit
Rural – Purpan, Toulouse, France.

Depois dessa divina experiência, passamos à sala
contígua, onde continuamos confraternizando e
degustando os queijos, os pães e outros
acompanhamentos, sempre tão bem selecionados pela
Confreira Ligia Peçanha. Os vinhos foram oferecidos
pelos Representantes e nossos colaboradores já
citados, destacando-se os da Miolo, Lovara e o Vinho
Penedo Borges, produzido em Mendoza., do qual gostei
muito e tem ótimo custo/oportunidade.
Estiveram presentes, tb., além dos já
mencionados, Geraldo Alão (ex-presidente da nossa
Entidade), Ana Maria Gazola (e consorte), O Arquiteto
Godofredo Duarte, Nei Augusto Ribeiro, Fátima Carvalho
(com quem não tive o prazer de conversar), Carlos
Telles e tantos outros Confrades, que me hão de
perdoar as falhas da minha decrépita memória.
Por fim, agradeço ao Roberto Rodrigues pela
enorme dedicação e brilho com que sempre conduziu o
Fórum e pela atuação incansável à causa do vinho.
Havia jurado não me estender tanto nesta
mensagem-relató rio, havia jurado conter o meu “furor
escrevendis”. .. Mas, como descrever um vasto
acontecimento com síntese e fidelidade?. .. Bem, foi o
melhor que pude fazer e espero que sirva para alguma
coisa...

O Mesa de Baco agradece a Oscar Daudt pela gentileza de permitir a utilização das
suas fotos para que a matéria pudesse ser ilustrada.

Essas e outras fotos estão publicadas no EnoEventos,
em http://www.enoeventos.com.br/miolo/miolo.htm

Estão todos os leitores convidados para uma visita a esse importante Portal
do Mundo da Enogastronomia.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Des Amis du Mouton Revisitam o Friuli e Passeiam Pela Áustria. Um Aniz no Final.


O Professor Roberto Rodrigues (e Márcia Parente) faz o Serviço do Tinto.
Meio sôfrego, já com a alcoolemia muito baixa, dirigia-me à ABS, naquele final de tarde da quarta-feira passada... Vinha a pé, desde o início do Flamengo, no intuito de queimar alguns Joules. Cheguei a considerar a possibilidade de estar sofrendo da tão temida síndrome de abstinência. Não do álcool, mas do vinho. Afinal de contas, fazia quinze dias que a Confraria Des Amis du Mouton se havia encontrado, naquela inesquecível Noite de Mais de Seis Puttonyos.

João Luiz Caputo: Concentração nos Aromas e Nariz bem desenvolvido.

Caputo (de azul), Márcio Monteiro (repatriado do Velho Mundo) e Leonardo Carvalho.

Cláudia Dacorso, com Maria Callas estampada no peito ("Duelo de Blusas").

Márcia Parente também veio com um modelito, que "não deixou barato!"

Dolée 2006, 14 % Vol., Vie Di Romans (Tocai Friulano) - Friuli - Itália.
Surpreendeu a todos, com os seus profusos aromas de frutas cítricas, pêssego, maçã, canela, baunilha (discreto), lácteo, funcho, melão, romã, flor de maracujá, amêndoa (no exame de fundo de taça). Obteve a Nota 92,20, como Média do Grupo; MB (Mesa de Baco), 93 e RP (Robert Parker), 92. Parker o considera um dos melhores exemplares dessa casta.

Vieris Sauvignon 2007, 14,5 % Vol., Vie Di Romans - Friuli - Itália.
Agradou muito, também, esse vinho, que me levou a Nota de 90, sendo a Média do Grupo de 88,10. Aromas de abacaxi, maçã, maracujá, mineral, tamarindo e baunilha (discreto).

Dissimis Pinot Grigio 2006, 14 % Vol., Vie Di Romans - Friuli - Itália.
Exibiu aromas de manteiga, maçã madura, baunilha, amêndoa torrada, algo mineral (querosene: único aroma etéreo percebido), pêssego, mel, açúcar queimado, guaraná...

Traisental Grüner Veltliner Nussgarten 2010, 12,5 % Vol., Herzinger -
Foi um dos vinhos extras patrocinados pelo Confrade Márcio Monteiro, que o arrebatou diretamente da origem. Floral, com aromas de lírio, laranja, mineral (pedra de isqueiro), guaraná... Obteve a Nota 91,20, como Média do Grupo e foi ovacionado de modo efusivo.

San Leonardo IGT Vigneti 2004, 13,5 % Vol. Delle Dolmitz Marchese Carlo Guerrieri Gonzaga.
Depois de quatro brancos, chegou esse tinto vermelho-granada escuro e opaco, já bem evoluído, que recebeu a Nota 89,10, como Média do Grupo e agradou bastante, com seus aromas de café e musgo (bem pronunciado), louto, pimenta, tabaco, couro...

Gevrey-Chambertin (Grand Vin de Bourgogne) 2008, 12,5% Vol. Pierre Andre.
Esse foi o segundo vinho extra ofertado por Márcio Monteiro, que acompanhou bem os fiambres, deliciosos queijos (como burrata) e pães especiais do Restaurante Guy. Como sempre, Márcio caprichou no menu!

Aniz Del Mono 36 % Vol. ( Anisado Refinado Dulce), Vicente Bosch - Badalona - Espanha.
Esse foi o destilado da noite, servido com diluição de 50 % em água. Parece um Arak. Refrescante para o pálato.