sexta-feira, 5 de junho de 2009

Confraria Des Amis du Mouton Degusta Vinhos de Bordeaux
























































Nesta última noite de quarta-feira, 03 do corrente, nosso Grupo de Degustação, reunido na ABS-Rio, deu prosseguimento às experiências com as regiões produtoras de vinhos da França. Na ocasião, examinamos alguns exemplares de Bordéus, precedidos por um Espumante nacional, como de costume e encerramos os trabalhos com um já prometido e esperado Marc de Champagne.

Mais uma vez, o Professor Roberto Rodrigues nos brindou com os seus ensinamentos e recomendações sobre a escolha desses portentosos vinhos. Na confecção desta postagem contribui com alguma pesquisa.


A Região de Bordeaux é considerada por muitos a região que produz os melhores, mais caros e os mais emblemáticos vinhos do mundo, sendo os seus vinhedos dez vezes mais extensos que os da Nova Zelândia. São perto de cento e vinte mil hectares de vinhedos, com uma produção de seis e meio milhões de hectolitros ao ano.

Acredita-se que os romanos foram os pioneiros no cultivo da vinha em Bordéus. Mas o comércio de vinhos se iniciou somente no Século XII, com a área já sob o domínio inglês.

A história me parece bonita e trata do casamento da Duquesa Eléanor da Aquitânia com Henrique Plantageneta, mais tarde coroado Henrique II da Inglaterra. Tudo isso aconteceu no distante ano de 1152 e esse fato abriu as portas comercias com a Inglaterra. O domínio da Coroa Inglesa durou até 1453, mas o comércio foi mantido.

Pois esta vasta área, onde os belos castelos se espalham ao longo dos caminhos, é banhada por caudalosos rios e inúmeros canais. Daí vem a origem do termo bordeaux (au bord de l'eau), que significa à beira d' água.

Assim, os rios mais importantes que demarcam a região são o Garronne, o Dordogne, que se juntam para formar o vasto Gironde, que desemboca bem à frente, no Atlântico.

Os vinhedos são, portanto, divididos, basicamente, em propriedades ou Châteaux da Margem Esquerda do Gironde e os da Margem Direita.

Na Margem Esquerda, as principais propriedades são Château Mouton Rothschild, Ch. Lafite-Rothschild, Ch.Latour, Ch. Lynch-Bages, Ch. Pichon- Longueville, Ch. Pichon-Longuevelle Comtesse de Lalande, todos em Pauillac; Ch. Haut-Brion, Ch. La Mission Haut-Brion, Ch. Pape Clément, Ch. Smith-Haut-Lafitte e Domaine de Chevalier, em Pessac-Léognan; Ch. Margaux, Ch. Palmer, Ch. Rauzan-Ségla, em Margaux; Ch. Cos d'Estournel e Ch. Montrosse, em St-Estèphe; Ch. Ducru-Beaucaillou, Ch. Léoville-Barton, Ch. Léoville Las Cases, Ch. Léoville; Ch. D'Yquem, Ch. Climens, Ch. Suduiraut, em Sauternes...

Na Margem Direita, em Saint-Émillion e St-Émillion Grand Cru, temos o Ch. Ausone (de onde vem talvez o melhor merlot para harmonizar com um cordeiro assado ao forno), o Ch. Angélus, Ch. Séjour Bécot, Ch. Belair, Ch. Cheval Blanc e tantos outros; no famoso Pomerol, encontramos o lendário Ch. Petrus, o Ch. Lafleur, Ch. Le Pin...

Em Entre-Deux-Mers, temos o Château Ste-Marie.

Em Bordeaux e Bordeaux Supérieur, estão o Ch. Bonnet, Ch. Tour de Mirambeau, Ch. Penin e muitos outros.

Aqui os vinhos, em sua maioria, são tintos. Se aparecer a palavra Bordeaux (AOC Bordeaux) no rótulo, não compre. São vinhos muito simples, os Genéricos de Bordeuax e constituem a metada da produção anual. Trata-se do pior vinho da Região. É preferível beber um Miolo Seleção ou um Miolo Reserva.

As castas tintas autorizadas são Cabernet-Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot, Carmenère, Merlot e Malbec.

As castas Brancas são: Sémillon, Sauvignon Blanc e Muscadelle e produzem excelentes brancos secos, muito frescos e aromáticos (que, às vezes, passam por barricas de carvalho) e os fabulosos brancos de sobremesa.

Os vinhos tintos, na sua maioria, são cortes de Cabernet-Sauvignos, Cabernet Franc e Merlot, o chamado Corte Bordalês (corte clássico).

A Difícil e Extensa Classificação dos Vinhos de "Bordeaux"

"PREMIERS CRU" (1855)

Château Lafite-Rothschild, em Pauillac;
Château Margaux, situada em Margaux;
Château Latour, em Pauillac;
Château Haut-Brion (Pessac-Léognan);
Château Mouton-Rothschild, em Pauillac -
(a partir de 1973

"DEUXIÈMES CRUS"

Château Rausan-Ségla, em Margaux;
Château Rauzan-Gassies, em Margaux;
Château Léoville-Las Cases, em St.-Julien;
Château Léoville-Poyferré, em St.-Julien;
Château Léoville-Barton, em St.-Julien;
Château Durfort-Vivens, em Margaux;
Château Gruaud-Larose, em St.-Julien;
Château Lascombes, em Margaux;
Château Brane-Cantenac, em Cantenac;
Château Pichon-Longueville Baron, em Pauillac;
Château Pichon-Longueville- Comtesse-
de-Lalande, em Pauillac;
Château Ducru-Beaucaillou, em St.-Julien;
Château Cos-d'Estournelm en St.-Estèphe;
Château Montrose, em St.-Estèphe.

"TROISIÈMES CRUS"

Château Kirwan, em Cantenac;
Château d'Issan, em Cantenac;
Château Lagrange, em St.-Julien;
Château Langoa Barton, em St.-Julien;
Château Giscours, em Labarde;
Château Malescot-St. -Exupéry, em Margaux;
Château Cantenac-Brown, em Cantenac;
Château Boyd-Cantenac, em Cantenac;
Château Palmer, em Cantenac;
Château La Lagune, em Ludon;
Château Desmirail, em Margaux;
Château Calon-Ségur, em St.-Estèphe;
Château Ferrière, em Margaux;
Château Marquis d'Alesme-Becker, em Margaux.

"QUATRIÈMES CRUS"

Château St.-Pièrre, em St.-Julien;
Château Talbot, em St.-Julien;
Château Branaire-Ducru, em St.-Julien;
Château Duhart-Milon, em Pauillac;
Château Pouget, em Cantenac;
Château La Tour-Carnet, em St.-Laurent;
Château Lafon Rochet, em St.-Estèphe;
Château Beychevelle, em St.-Julien;
Château Prieuré-Lichine, em Cantenac;
Château Marquis-de-Terme, em Margaux.

"CINQUIÈMES CRUS"

Château Pontet-Canet, em Pauillac;
Château Batailley, em Pauillac;
Château Haut-Batailley, em Pauillac;
Château Grand-Puy-Lacoste, em Pauillac;
Château Grand-Puy-Ducasse, em Pauillac;
Château Lynch-Bages, em Pauillac;
Château Lynch-Moussas, em Pauillac;
Château Dauzac - Labarde;
Château d'Armailhacq, emPauillac
(antigo Château Mouton-Baron-
Philippe, de 1956 a 1988);
Château du Tertre - Arsac;
Château Haut-Bages-Libéral, em Pauillac;
Château Pédesclaux, em Pauillac;
Château Belgrave, em St.-Laurent;
Château de Camensac, em St.-Laurent;
Château Cos-Labory, em St.-Estèphe;
Château Clerc-Milon, em Pauillac;
Château Croizet-Bages, em Pauillac;
Château Cantemerle, em Macau.

"PREMIERS GRANDS CRUS CLASSÉS"

Em Saint Émilion as regras são diferentes do Médoc,
apesar de todos serem Bordeaux. Em Saint Émilion,
há duas denominações de origem, a AOC Saint Émilion
e a AOC Saint Émilion Grand Cru. No interior desta última,
há uma classificação estabelecida por decreto de 1954: Os
Grands Crus Classés e os Premiers Grands Crus Classés.
Como o decreto prevê que essa classificação seja revista a
cada 10 anos, ela foi revista em 2006, acarretando promoções
de alguns Châteaux e rebaixamento de outros.

Assim, a classificação em vigor atualmente é a seguinte:

Premiers Grands Crus Classés "A":

Château Ausone
Château Cheval Blanc;

Premiers Grands Crus Classés "B":

Château Angélus;
Château Beauséjour;
Château Beau-Séjour-Bécot;
Château Belair;
Château Canon;
Château Figeac;
Château La Gaffelière;
Château Magdelaine;
Château Pavie;
Château Trottevieille;
Château Clos Fourtet;
Château Pavie Macquin (promovido);
Château Troplong-Mondot (promovido).

Grands Crus Classés:

Châteaux Balestard la Tonnelle, Bergat, Berliquet, Cadet-Piola,
Canon la Gaffelière, Cap de Mourlin, Chauvin, Clos des Jacobins,
Corbin, Corbin-Michotte, Curé Bon, Dassault, Fonplégade,
Fonroque, Franc Mayne, Grand Mayne, Grand Pontet, Haut Corbin,
Haut Sarpe, L'Arrosée, La Clotte, La Clusière, La Couspade,
La Dominique, La Serre, La Tour Figeac, Laniote, Larcis Ducasse,
Larmande, Laroque, Laroze, Le Prieuré, Les Grandes Murailles,
Matras, Moulin du Cadet, Pavie Decesse, Ripeau, St-Georges Côte Pavie,
Soutard; Clos de l'Oratoire, Clos Saint-Martin, e Couvent des Jacobins.

Além dos acima, foram promovidos em 2006 de Grand Cru para
Grand Cru Classé os seguintes Châteaux: Bellefont Belcier, Destieux,
Fleur Cardinale, Grand Corbin, Grand Corbin Despagne, Monbousquet.

E foram rebaixados de Grand Cru Classé para Grand Cru os
seguintes Châteaux: Bellevue, Cadet Bon, Faurie de Souchard,
Guadet Saint-Julien, La Tour du Pin Figeac (Giraud-Bélivier) ,
La Tour du Pin Figeac (J.M.Moueix) , Lamarzelle,
Petit Faurie de Soutard, Tertre Daugay, Villemaurine e Yon Figeac,
conforme mensagem do Confrade Aguinaldo Aldighieri.

"PREMIER CRU SUPERIÉUR"

Château d'Yquem, em Sauternes.

"PREMIER CRUS"

Château la Tour-Blanche - Bommes;
Château Lafaurie-Peyraguey - Bommes;
Château Clos Haut-Peyraguey - Bommes;
Château Rayne-Vigneau - Bommes;
Château Suduiraut - Preignac;
Château Coutet - Barsac;
Château Climens - Barsac;
Château Guiraud - Sauternes;
Château Rieussec - Fargues;
Château Rabaud-Promis - Bommes;
Château Sigalas-Rabaud - Bommes.

"DEUXIÈME CRUS"

Château de Myrat - Barsac;
Château Doisy-Daëne, em Barsac;
Château Doisy-Dubroca, em Barsac;
Château Doisy-Vedrines, em Barsac;
Château d'Arche - Sauternes;
Château Filhot - Sauternes;
Château Broustet, em Barsac;
Château Nairac, em Barsac;
Château Caillou, em Barsac;
Château Suau, em Barsac;
Château de Malle - Preignac;
Château Romer-du-Hayot, em Fargues;
Château Lamothe-Despujols, em Sauternes;
Château Lamothe-Guignard, em Sauternes.

GRAVES: 1953
CLASSIFIC. OFICIAL DE VINHOS TINTOS

Château Bouscaut, Cadaujac;
Château Haut-Bailly, Léognan;
Château Carbonnieux, Léognan;
Château de Chevalier, Léognan;
Domaine de Chevalier, Léognan;
Château de Fieuzal, Léognan;
Château d'Olivier, Léognan;
Château Malartic-Lagravière, Léognan;
Château la Tour-Martillac, Martillac;
Château Smith-Haut-Lafitte, Martillac;
Château Haut-Brion, Pessac;
Château la Mission-Haut- Brion, Talence;
Château Pape-Clément, Pessac;
Château Latour-Haut- Brion, Talence.

CLASSIFIC. OFICIAL DE VINHOS BRANCOS

Château Bouscaut - Cadaujac;
Château Carbonnieux, Léognan;
Château Domaine de Chevalier, Léognan;
Château d'Olivier, Léognan;
Château Malartic-Lagravière, Léognan;
Château la Tour-Martillac, Martillac;
Château Laville-Haut- Brown, Talence;
Château Couhins-Lurton, Villenave d'Ornon;
Château Couhins, Villenave d'Ornon;
Château Haut-Brion, Pessac.

Mas vamos aos Vinhos Degustados às cegas:

Fizemos a Boca com um ótimo - de bom corpo e frescor - Espumante Pizzato Rosé, cujas agulhinhas nos preparou as papilas gustativas para as surpresas que nos esperavam.

Desta feita, Roberto Rodrigues fez algo inusitado: Preparou-nos um "drink" - Rio Negro -
elaborado com 40 ml de Brasilberg, mais 300 ml de água tônica e gelo. Foi servido em um copo especial para esse tipo de bebida.

O Original Brasilberg, da Casa Underberg do Brasil, é uma bebida feita com umas quarenta das melhores plantas aromáticas do mundo.

A bebida original alemã, comercializada em garrafinhas-dose é composta por mais de 80 ervas e vende cerca de seis milhões de garrafinhas por dia "all over the world".

Trata-se de um aperitivo refrescante e digestivo, de paladar intenso, muito agradável.

Vinho 1: Château Bahans Haut-Brion - AOC Pessac-Léognan - 2004, 12,5 % Vol.,
Produzido pelo Château Haut-Brion -

Vinho de bela cor vermelho-rubi escuro, com reflexos granada e leve opacidade.

Agradável aroma animal de carne fresca, caça; chocolate, tabaco, baunilha, violeta, cassis, amora, hortelã, pele de salame, pimenta-do-reino, coco queimado e caramelo (calda de pudim)...

No Equilíbrio, ele estava bastante equilibrado, com seta para harmônico. Estava Pronto para beber, podendo ser guardado por longo tempo ainda.

Os segundos vinhos, aqui, ficam prontos antes dos primeiros, porque são de vinhedos mais novos.

Ganhou a Nota Média do Grupo de 90,80.

Vinho 2: Les Pagodes de Cos - AOC ST-Stèphe - 2004, 13,5 % Vol.,
do Produtor Château Cos d'Estournel.

De bela cor semelhante à do vinho 1.

Aromas de baunilha, caça, especiarias, geléia de cereja, frutas vermelhas do bosque, ameixa em calda, discreto defumado, caramelo, pimenta, funcho ou aniz estrelado...

Melhor na boca do que no nariz, em relação ao primeiro degustado.

Excelente vinho, que recebeu a Nota Média do Grupo de 91,80 pontos.

Vinho 3: Reserve Des Caves AOC Marc de Champagne (Não Safrado) 40 % Vol.,
do Produtor Billecart-Salmon.

Belíssima cor Amarelo-Ouro Escuro.

Franco, amplo e etéreo, com aromas de damasco seco, leveduras, lácteos, nozes, mel, baunilha, erva-mate (aroma terroso), trufa branca, queijo de cabra, amêndoas e subois...

Vinho que atendeu às espectativas dos Confrades, que o aclamaram, uníssonos. Dei-lhe a nota 98,00.

No final da degustação, os Confrades permaneceram ainda um bom tempo, comentando a respeito dos vinhos. Recebemos a visita dos ex-Presidentes da ABS, Professores Ricardo Farias e Fernando Miranda, bem como do atual Presidente, Euclides Penedo Borges. Mestre Fernando, que chegou no final, degustou o Marc de Champagne, conforme vemos nas fotos (em pé).




Um comentário:

  1. Querido seja...!
    Prezado Neri,
    Aponistas na essencia da vida, somos !
    Gosto muito da forma democratica que adiministras vosso espaço !
    De que forma poderia participar dessas enoincursões em terroi absseriano e outras benesses !
    Abraços
    Roberto Cheferrino
    e-mail bobchef@hotmail.com
    Skype- bobchef1

    ResponderExcluir

Por favor, queira deixar o seu pertinente comentário.