sábado, 16 de abril de 2011

Aconteceu na ABS do Flamengo: Vinhos da Vinícola Italiana Zonin - por Roberto Rodrigues


O Professor Roberto Rodrigues faz a Apresentação dos Vinhos.
Nesta quarta-feira, 13/04/11, Roberto apresentou, em parceria com a Importadora Devinum, uma importante Degustação, com sala lotada pelos Membros da ABS-Rio, dos vinhos italianos da Zonin.

O Diapositivo de Abertura dos Trabalhos dessa Noite.
Foram degustados vinhos de três regiões distintas da Itália: Toscana - Castello D'albola situado em Radda no coração do Chianti clássico; Piemonte (Poggio Le Coste Barbaresco); Sicilia (Torre Solaria).

Marcos Pestana Comenta Sobre a Vinícola e os Vinhos da Zonin.
A Vinícola Zonin é um grande Grupo constituído por treze Vinícolas, de propriedade de quatro irmãos (também banqueiros: Gaetano, Silvano, Giannie e Giuseppe). São 1800 hectares de vinhedos próprios na Itália, abrangendo treze Regiões da Bota, dentre as quais, o Friuli, o Vêneto, o Piemonte, a Toscana, a Púglia, Sicília... Nos EE.UU. da América, há um vinhedo no Estado da Virgínia. Estão disponíveis em 68 Regiões pelo Mundo afora, em Cinco Continentes.

Márcia Parente, mais uma vez, revelou sensibilidade perceptiva ao declinar os aromas de cada vinho.
Serão degustados: Torre Solaria Insolia; Torre solaria Nero d'avola; Torre solaria Primitivo; Albola chianti DOCG; Castelo D'albola Chianti Classico Reserva e Castello Del Pogio Barbaresco.


Uma Visão Panorâmica da Participativa Platéia Presente no Evento.
                     São vinhos Gastronômicos, isto é, ótimos para acompanhar uma refeição.
Farei, aqui, uma confissão... Quando recebi o convite para a Degustação, pensei: "Participar de uma degustação de zurrapas?" Então, continuei a me examinar, a me perguntar a razão de tal sentimento. Lembrei-me, a seguir, de que havia degustado alguns vinhos da Zonin, "para nunca mais me arriscar". Os vinhos simples, ligeiros, sem nenhum apelo, que guardara na memória, me haviam "queimado o rótulo, a Marca Zonin", definitivamente...

Outro ângulo da Platéia: Momentos de Devaneio e Odes a Dionísio e Baco.
Depois, resolvi a reconsiderar... Revi o convite, o nome dos vinhos, regiões, castas, etc. e cheguei à conclusão de que eu estava equivocado em meu julgamento. Afinal de contas, a Degustação seria "esponsorada" pela ABS.

Muita atenção e interesse na Degustação.
No dia seguinte, encontrei o Colega Osmar de Salles, cuja hectolitragem já é antológica, fez alguns oportunos e construtivos comentários sobre a matéria publicada e me expressou semelhantes sentimentos a respeito dos vinhos da Zonin. Fiquei mais aliviado...

A Bela Cor dos Caldos apresentados.
Esses fatos me remeteram a outros produtos industrializados, comercializados em nosso País, que também contribuíram para a "queima" das suas Marcas. Lembram-se do Fiat 147? Tinha uma caixa de marchas indomável! Do Fiat Tipo "Tropicalizado"?... Incendiava-se à toa, sob o rigor do sol dos trópicos, quando a gasolina espirrava de uma mangueira de borracha amolecida pelo calor e entrava em combustão, depois que o feliz proprietário estacionava o veículo e atravessava a rua... Dos primeiros VW Polo vendidos entre nós? De tantos problemas mecânicos, dizia-se que "eram uma caixinha de surpresas" para o proprietário.

Torre Solaria Insolia (100 %) 2009 IGT Sicilia, 12 % Vol.
Embora um vinho tranquilo, revela boca de frisante (discreto sabor de frisante). Harmoniza com pratos regionais, peixes brancos com bastante azeite (comidas típicas do Mediterrâneo). A Insolia é uma uva bem diferente, incomum. Vinho de bom corpo, que acompanha bem canapés à base de peixes e carnes brancas em geral. Merece uma Nota acima de 90 pontos!

Torre solaria Nero d'avola (100%) 2008, IGT Sicilia 13 % Vol.
De bela cor rubi brilhante, frutado e barricado. Vinho muito agradável!

Torre solaria Primitivo 2008, 13 % Vol., IGT Salento, Púglia.
Passou por carvalho esloveno de terceiro uso, barricas menores. Revela madeira mais presente, com maior complexidade e maior intensidade aromática que o anterior, com taninos muito agradáveis, domados. Harmoniza com carnes vermelhas, Filet à Oswaldo Aranha, Queijos de massa dura, com Pecorino e outros. Imagino que este último se sobreponha a esse vinho. Vamos tirar a dúvida, de outra feita. Mas feio ele não faz, acredito!

Albola chianti DOCG 2008, 12 % Vol., DOCG Castello D'Albola, Chianti, Toscana.
Das castas Sangiovese (90 %) e Canaiolo (10 %), passa 6 me. por carvalho esloveno. É de fora da Região do Chianti Classico! Apesar de ser bem vinificado, não gostei desse vinho.

Castelo D'Albola Chianti Classico Riserva DOCG, 2005, 13 % Vol, Chianti, Toscana.
Das castas Sangiovese (95 %) e Canaiolo (5 %), estagia por 15 me. em barril de carvalho Allier (10 %) e esloveno (90 %). Aqui, tivemos uma nítida mudança de patamar e de preço. Márcia Parente e Roberto Rodrigues assinalaram os aromas de baunilha, caramelo e especiarias, como pimenta, noz-moscada e cravo. Vinho complexo e encorpado, com taninos presentes e macios. Do vinhedo Pian D'Albola, de solo pedregoso, característico do Chianti Classico. Apesar de ser um 2005, ainda está jovem, podendo ser adegado por anos e anos.

Barbaresco 2006 DOCG Poggio Le Coste, Chianti, Piemonte.

Nesta altura, o Professor Roberto esbanja da sua conhecida didática e discorre sobre as Regiões Barolo e Barbaresco: São como os vizinhos bairros cariocas do Flamengo e de Botafogo. A uva é a mesma, a Nebbiolo. Costuma-se referir o Barbaresco como 'vinho feminino', ao passo que o Barolo é o 'vinho masculino'. Não se trata de súcubo, nem de íncubo, evidentemente, mas sim, do fato de que o Barolo demora muito tempo para ficar pronto e, quando chega esse dia, vai rapidamente para a decreptude. Já com o Barbaresco se dá justamente o contrário. É como o amadurecimento do índivíduo do sexo masculino: O homem demora a se tornar maduro, e quando fica, já está perto de chegar à decreptude.


Márcia Parente, Roberto e Cláudia Dacorso, à Mesa do Carmelo.

Depois da Degustação Magna na ABS Flamengo, um pequeno Grupo resolveu testar alguns dos melhes vinhos tintos da noite, com a comida do Chef Marcos Alvim, do Carmelo Restaurante, que se situa nas imediações da ABS.

Da Esquerda para a Dir. , Roberto Rodrigues, Cláudia, João Adriano (Sommelier da Churrascaria
Carretão, da Rua Siqueira Campos, em Copacabana), Ettore e Marcos Pestana(Devinum).

Filet Mignon Rechedo com Figos Maduros e sua guarnição.

Bife Ancho com Talharim e Salada Verde - Deveras macio e suculento.

Um Belo Risoto Ao Funghi, com grelhado.

"Maître" Valdir - Que nos Acolheu durante todo o "Repas", a quem agradecemos.

Em suma, foi uma oportuna experiência, em que pude comprovar que esses vinhos crescem muito com a comida, daí o conceito de "vinhos gastronômicos".


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